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Capital

Carta que teria sido espalhada pelo PCC explica guerra em presídios

"Salve Geral do PCC" foi transmitido entre membros com ordem de guerra contra o Comando Vermelho

Luana Rodrigues | 20/10/2016 08:18
Familiares de presos em frente à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde mais de dez presos morreram no domingo (16) (Foto: Folha de Boa Vista/AFP)
Familiares de presos em frente à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde mais de dez presos morreram no domingo (16) (Foto: Folha de Boa Vista/AFP)

A guerra entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, que já resultou na morte de 27 presos em presídios do Brasil, teria explodido depois de um “comunicado” que uma das facções emitiu em setembro. O “Salve Geral do PCC”, publicado na íntegra pela revista Época nesta quarta-feira (19), é o decreto do fim da aliança entre as facções e declaração de guerra contra o Comando Vermelho.

Conforme a revista, o texto foi escrito a mão, na Penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo, onde fica a cúpula do PCC. Possivelmente foi transportada por algum advogado ou visitante e enviado às prisões brasileiras dominadas pela facção.

O “salve” se espalhou. Foi transmitido por telefone às unidades sem bloqueador de celular – “no ar”, na gíria do crime. Os presos declararam guerra à organização carioca Comando Vermelho, antiga aliada e parceira comercial. Desde o último fim de semana, o resultado da ordem pode ser visto em presídios de Roraima, Rondônia e Ceará: 27 pessoas assassinadas por integrantes da organização paulista.

Em Mato Grosso do Sul, ainda não houve registro de nenhuma ação que pode ser vinculada a guerra entre as facções. Nesta terça-feira (19), o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), comentou sobre a eventual guerra entre as facções nos presídios do Estado. Segundo ele, as forças de segurança monitoram a situação.

De acordo com Reinaldo, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e o setor de inteligência da policia estão monitorando a situação para evitar confrontos. A afirmação do governador foi feita durante a abertura da Semana Nacional de Tecnologia, realizada na Sectei (Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação).

A ação é preventiva, já que pelo que se sabe, as facções em guerra tem membros em todos os presídios do Brasil, houve um rompimento entre as duas e uma delas ordenou que ocorressem confrontos em presídios de todo o país.

Veja o texto, mantido conforme o original:

"Comunicado Geral[*]

A sintonia do Primeiro Comando da Capital vem por meio deste passar com total transparência a toda massa carcerária e todas facções amigas o motivo que levol o tal ocorrido no Estado de Roraima.

A cerca de três (3) anos buscamos um dialogo com a liderança do c.v nos estados, sempre visando a Paz e a União do Crime no Brasil e o que recebemos em troca, foi irmão nosso esfaqueado e Rondonia e nada ocorreu, ato de talaricagem por parte de um integrante do cvrr e nenhum retorno, pai de um irmão nosso morto no Maranhão e nem uma manifestação da liderança do cv em prol a resolver tais fatos.

Como se não bastasse, se aliaram a inimigos nossos que agiram de tal covardia como o PGC que matou uma cunhada e sua prima por ser parentes de PCC, matarão 1 menina de 14 anos só por que fecahava com nós.

A mesma aliança se estendeu pra facção Sindicato RN que num gesto de querer mostrar força matarão uma senhora evangélica e tetraplégica uma criança sobrinho de um irmão nosso e seu irmão de sangue numa chacina covarde no Rio Grande do Norte pra afetar o integrante do PCC,
Agora chegaram ao extremo de Andarem armados de facas em pátios de visita no Acre e no estado de Roraima. Acreditamos que o crime do paiz não é cego e consegue enxergar com clareza o que realmente é desrespeito com familiares e quem deu ponta pé inicial pra essa guerra sangrenta que se iniciou. Pra nos do PCC sempre foi mais viável a Paz, mais como nunca tivemos esse retorno por parte dos integrantes do c.v que sempre agiram de ousadia nos desrespeitando e desafiando, acabamos chegando a esse embate, que gerou esse monte de morte, acarretando vários problemas num gesto covarde vem se apossando das lojinhas dos traficantes menos estruturados, tirando seus corres. No Para um irmão nosso foi morto num pavilhão do cv e nada aconteceu, tentaram contra a vida do nosso irmão Tonho que só não morreu por que o companheiro não deixou.

Tivemos a ciência que o CV soltou salves falando que desrespeitam os visitas que fizemos familiares reféns, pura mentira, os familiares que retornaram pra unidade apos o inicio do confronto não saíram por que não quiz, teve familiares nosso também, ninguém sofreu nenhuma agressão. Quem fez familiares reféns em Rondonia foi o cv.

Estão agindo com tanto ódio e cegueira que tiraram a vida de 8 irmãos deles, por ai já da pro crime do Paiz. Ver a falta de preparo com a própria facção, agora imagina o crime do paiz sobre esse comando?

Fica aqui o nosso esclarecimento pra todo Crime do Brasil a realidade dos fatos e pra aqueles que conhecem nossa luta e nosso trabalho e a sinceridade do Primeiro Comando da Capital o nosso forte e Leal abraço.

Estamos a disposição pra esclarecimentos.

Resumo Disciplinar Estado e Paiz."

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