ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  20    CAMPO GRANDE 20º

Capital

Com aval do governo, energia elétrica beneficia 800 indígenas de comunidade

Viviane Oliveira | 04/08/2015 12:09
O cacique liga o relógio e diz que a próximo conquista será a construção de casas. (Foto: Pedro Peralta)
O cacique liga o relógio e diz que a próximo conquista será a construção de casas. (Foto: Pedro Peralta)

Foi inaugurada na manhã de hoje (4), a ligação de energia elétrica na comunidade indígena Água Bonita, na região do Bairro Vida Nova, em Campo Grande. Há 2 anos foram construídos na área 139 barracos que abrigam em torno de 800 indígenas. As famílias vieram de aldeias da região de Miranda e Amambai. Eles serão beneficiados com programa de tarifa social. Conforme a Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado), o próximo passo será a construção de casas populares.

O cacique Nito Nelson, 52 anos, conta que as ligações de energia elétrica eram clandestinas e a iniciativa para regularizar a situação partiu da comunidade. A área pertence ao Estado e de um total de 36 hectares, cerca de 14 estão ocupados pelos indígenas de várias etnias como Guarani-Kaiowá, Terena e Kadiwéu. “A maioria saiu das aldeias em busca de oportunidade na área de saúde, educação e emprego. Eu na verdade vim para ajudar meu povo”, destaca.

Segundo Nito, a primeira conquista foi a ligação de energia, a segunda com certeza será a construção de casas. No local, há barracos de lona, de madeira e tem até algumas pequenas construções de alvenaria. Com filho de 8 meses e outro de 3 anos, Marilene Lopes, 23 anos, trabalhava em uma fazenda junto com o marido na região do Paraná. Ela viu na cidade a oportunidade de melhorar de vida. Hoje, o casal mora na comunidade. “Meu marido trabalha de pedreiro e estamos tentando aqui uma vida melhor”, conta.

Marilene diz que trabalhava com o marido em uma fazenda e veio para a cidade em busca de uma vida melhor. (Foto: Pedro Peralta)
Marilene diz que trabalhava com o marido em uma fazenda e veio para a cidade em busca de uma vida melhor. (Foto: Pedro Peralta)
A inauguração simbólica foi com muita dança e música. (Foto: Pedro Peralta)
A inauguração simbólica foi com muita dança e música. (Foto: Pedro Peralta)

A secretária da Agehab, Maria do Carmo Avesani, disse que o próximo passo será a construção de casas populares no local. O Estado vai doar a área e a construção será em parceria com o Governo Federal. Foi feita a selagem dos barracos para que não aumente o número de família. O prazo para que o projeto seja colocado em prática é de no mínimo 1 ano. “Nós já estamos desenvolvendo vários projetos com as comunidade indígenas de Mato Grosso do Sul”, pontua

Conforme a Energisa, empresa que administra a concessão de energia, um consultor fará na semana que vem uma palestra com as famílias sobre o consumo de energia sustentável. “Que a energia venha com bastante energia e que o uso seja com consciência para que não vire um problema na hora que a conta for aberta pelo consumidor”, alerta a presidente do Concen (Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa), Rosimeire da Costa.

Custo - No total, foram colocados 52 postes de energia elétrica e 14 transformadores. O gerente comercial da Enegisa, Paulo Roberto dos Santos, garantiu que não haverá custos de ligação para a comunidade. “A partir do momento que o Estado deu a autorização, a empresa construiu a rede e cadastrou as famílias no programa de tarifa social. Eles vão pagar apenas a conta de energia”.

Segundo Paulo Roberto, as 50 primeiras horas não serão cobrados. Depois disso, o consumidor com cadastro na tarifa social passa a pagar o valor com descontos de até 60%. “Quanto menos gasto, mais descontos”, explica Paulo.

Nos siga no Google Notícias