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Capital

Com não da Justiça, campanha por garoto de 3 anos pede dinheiro para remédio

Marta Ferreira | 14/10/2011 17:18

O menino Filipe, morador em Campo Grande, enfrenta há mais de ano a rotina da quimioterapia

Felipe, de 3 anos: esperança com medicamento que deve ser importado. (Foto: Divulgação)
Felipe, de 3 anos: esperança com medicamento que deve ser importado. (Foto: Divulgação)

“A vivência dele de criança é de hospital, de agulha, injeção”. A frase é da mãe de um menino que recém completou 3 anos, em setembro, e vive desde abril do ano passado a pesada rotina da quimioterapia para combater uma doença rara, a histiocitose de células Langer Hans, que afeta vários órgãos de forma semelhante ao câncer. Este ano, a família de Filipe, moradora em Campo Grande, descobriu um medicamento usado nos Estados Unidos para o tratamento da enfermidade, e diante do custo, de mais 5 mil reais por dose, foi à Justiça para que o Município bancasse o fornecimento.

A resposta, por enquanto, foi negativa, sob o argumento da falta de registro do medicamento no País e da incerteza sobre o sucesso da aplicação, já que a substância, clofarabine, é indicada para leucemia. Sem a ajuda do Estado, uma campanha está sendo realizada por amigos e parentes do menino para que ele tenha acesso ao tratamento.

“O médico está muito confiante de que esse medicamento possa melhorar a vida do nosso filho, pois já foi usado em crianças com essa doença, com bons resultados”, afirma a mãe, a professora de Educação Física Evelin Evelin Coppo Nogueira Wolff, de 31 anos.

Na semana passada, a família teve um alento. O pecuarista Antônio Moraes, que ficou conhecido por doar quantia milionária para a construção de um hospital para tratamento do câncer na cidade, soube do caso por amigos em comum, foi à casa deles e doou o primeiro ciclo de 10 doses. "Foi uma surpresa, nós não o conhecíamos. Foi uma atitude muito bonita", resume a mãe.

O processo de importação ainda está na fase inicial e deve demorar no mínimo 15 dias.

Para o restante, a família conta com a doação de amigos. O pai do menino, Guilherme, também é professor de Educação Física e,hoje, mantém sozinho as despesas da casa e do tratamento. A esposa teve de parar de trabalhar diante da rotina. O casal tem também Henrique, de 5 anos.

14 estações-A família desconfiou que algo estivesse errado com Filipe quando o menino tinha 10 meses, em 2009, e surgiram pequenos caroços na cabeça e nas pálpebras do menino.

Até ele ser diagnosticado, em abril de 2010, os pais percorreram nada menos do que 14 consultórios médicos, três deles de oftalmologistas e os outros de especialidades diversas. No último, de uma infectologista, foram feitos vários testes e houve a indicação de procurar um gastroenterologista pediátrico, que, por fim, recomendou à família uma biopsia do fígado do garoto, que já tinha tumor provocado pela doença.

O caso de Filipe, de acordo com a mãe, é o único conhecido no Estado. O garoto, segundo ela, tem tamanho de um criança de dois anos.

Por causa da quimioterapia, a imunidade do garoto é baixa. Por isso,e Filipe é mais sujeito a infecções, por exemplo. Por causa de uma bactéria, ele passou 21 de dias de janeiro deste ano internado.

A mãe fala com serenidade do problema. “Estou esperançosa com e esse medicamento, mas eu já fiquei muito desesperada. Eu percebi que o momento que eu tava mais desesperava, ele ficava bem, eu tento ficar o mais calma possível, para não passar isso pra ele”, conta.

Adventista do 7º dia, ela diz que não questiona e sim busca forças na fé. “Eu sempre pedi pra Deus me dar força me ajudar. Nunca fiquei com raiva de Deus e nunca perguntei porque comigo, porque com meu filho”.

A família deve vai manter a ação na Justiça para que o medicamento seja bancado pelo Estado.

Quem quiser colaborar com a família pode fazer doações na conta do pai de Filipe, no Banco do Brasil. A agência é a 0048-5 e a conta é a 64375-0.

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