ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 30º

Capital

Confusão entre dono de boate gay e travesti vira caso de polícia

Lidiane Kober | 25/06/2014 17:25
Confusão também parou nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)
Confusão também parou nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)

Uma briga de namorados, na madrugada de domingo (22), em boate gay de Campo Grande, abriu “guerra” entre o dono do estabelecimento, Christian Queiroz Felipe, e Cris Stefanny, presidente da Associação de Travestis de Mato Grosso do Sul. O caso virou polêmica nas redes sociais e parou na polícia.

Segundo Cris, no sábado à noite (21), ao contrário da grande maioria dos dias, resolveu procurar uma “baladinha” e combinou com o então amigo, proprietário da boate, entrar no estabelecimento com o namorado.

“Compramos algumas bebidas e ficamos curtindo de boa, até que lá pelas 2h50 da manhã de domingo, meu namorado começou a insistir para que fossemos embora já que não estava se sentindo bem no ambiente”, contou. Ele, segundo ela, estaria sendo alvo de “cantadas, passadas de mãos e olhadas maliciosas de alguns gays”.

“Mesmo assim, ainda insisti para ficarmos mais alguns minutos, momento em que ele se irritou e passou a discutir comigo, o que foi a gota d´água para dois seguranças o imobilizar e o arrastar para fora”, emendou. Cris garante que não questionou ninguém “apenas acompanhou o fato até a parte de fora da boate”.

Lá fora, percebeu que o namorado, no meio da confusão, perdeu o tênis e o boné. “Voltei para pegar, momento em que os seguranças aproveitaram para atacá-lo novamente, com cassetetes e coronhadas de revólver e tudo isso aconteceu sem que o meu namorado tivesse os afrontado e/ou os agredido”, garantiu a denunciante.

Indignada e sem o suposto respaldo do proprietário, ela acionou a Polícia Militar. “Mas nada fizeram, como sempre”, comentou Cris. Ela informou ainda ter procurado Christian para resolver o caso “amigavelmente”. O objetivo era obter o nome dos seguranças para denunciá-los por agressão.

Supostamente sem a resposta do empresário, ele registrou Boletim de Ocorrência, na segunda-feira (23) e, ontem (24), o namorado fez exame de corpo delito. “Ele sofreu um corte profundo na cabeça e está com as pernas rochas até hoje”, contou.

Ela ainda promete denunciar o caso ao Centro de Referência de Combate a Homofobia e ao Centro de Direitos Humanos. “Não é a primeira vez que travestis são vítimas da violência naquela boate, mas nunca tiveram coragem de denunciar”, completou.

O outro lado – Chistian, por sua vez, nega agressão por parte dos seguranças. Segundo ele, Cris levou um tapa do namorado no meio da boate e um cliente pediu a intervenção dos seguranças. Na ocasião, ele determinou a retirada dos dois para evitar riscos aos demais clientes.

“Ela não queria deixar levar o namorado para fora, o problema é que eles estavam atrapalhando os demais”, alegou o proprietário. Ele informou ainda que os seguranças tentaram conter Cris, mas “ninguém aguentou segurar ela”.

O barraco, como ele definiu, foi tão feio que a briga seguiu lá fora. Por isso, ele afirma que os hematomas do rapaz foram resultado de “outras confusões lá fora”. “O barraco foi feio, que envolveu muita gente e ele agrediu todo mundo”, acusou. “Trabalho a três anos com essa equipe de segurança, sei que eles não fariam isso”, acrescentou.

O proprietário afirma ainda que Cris levou o caso para o “lado pessoal” e está o atacando de todas as formas, principalmente, no Facebook. “Ela aprontou, ficou magoada, pensou que eu ia deixar entrar de novo, mas, como empresário, preciso pensar no bem-estar da maioria”, explicou. “Todo mundo acha que sou chato, mas privo a maioria”, reforçou.

Sobre queixas de agressões envolvendo outras travestis, Christian alegou “que a maior parte das brigas que ocorrem na boate envolvem travestis”. “Sem querer generalizar, mas de 10 brigas, nove envolvem travestis, elas não se dão ao respeito que cobram da sociedade”, comentou. “A parada gay, por exemplo, virou carnaval fora de época. A ideia era pedir respeito, mas, na primeira fila, vai uma travesti e põe o peito para fora”, finalizou.

Nos siga no Google Notícias