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Capital

Crianças abraçam Parque Sóter e entregam propostas para revitalização

Aliny Mary Dias | 29/06/2013 16:12
Crianças deram abraço simbólico no parque (Foto: João Garrigó)
Crianças deram abraço simbólico no parque (Foto: João Garrigó)

“Sóter... em busca da água perdida”. Com esse tema três grupos escoteiros de Campo Grande se envolveram em um projeto que busca a revitalização do Parque Sóter, localizado na Vila Margarida. Para fechar o projeto com chave de ouro, cerca de 150 escoteiros deram um abraço simbólico no parque durante a tarde deste sábado (29).

O chefe escoteiro e idealizador do projeto, Sidnei Garcia Freitas, explica que a ideia de organizar ações voltadas para o parque de 26 hectares surgiu do programa nacional desenvolvido pela União dos Escoteiros do Brasil que orienta os grupos a reproduzirem nas cidades.

“Quando descobri que o tema desse ano era a água, logo pensei no Sóter. Aqui é um espaço que merece a atenção e um bom lugar para as crianças aprenderem sobre educação ambiental”, afirma o chefe.

O projeto foi dividido em cinco etapas, primeiro foi feita uma reunião com os pais das crianças para explicar sobre as ações que seriam desenvolvidas, depois houve visitas técnicas em todo o parque. As visitas foram orientadas pelo biólogo José Milton Longo.

Após as orientações sobre as necessidades e problemas enfrentados pelo parque, as crianças e os chefes escoteiros produziam um relatório com sugestões que foram entregues ao poder público. Também houve panfletagem durante os 30 dias de projeto e a etapa final ocorreu neste sábado.

Idealizador do projeto, Freitas acredita que educação ambiental é fundamental para crianças (Foto: João Garrigó)
Idealizador do projeto, Freitas acredita que educação ambiental é fundamental para crianças (Foto: João Garrigó)

As crianças deram um abraço simbólico no Parque e mostraram que a preocupação com o futuro do espaço que leva o nome do ambientalista Francisco Anselmo, morto após atear fogo no próprio corpo para chamar atenção sobre as causas ambientais, deve ser constante.

“Eu acho algo emocionante educar essas crianças sobre os problemas que existem nesse espaço. É algo importante porque elas levam para o resto da vida”, conta o biólogo Milton Longo.

Além do abraço, mil mudas de plantas frutíferas foram entregues para moradores da região e pessoas que passavam pelo parque. O objetivo inicial era plantar as árvores no próprio espaço, mas após estudos e uma análise técnica, a ideia não pôde ser colocada em prática.

“Nós vimos que a população de capivara que existe aqui iria matar essas plantas. Outro ponto é o solo que possui restos de lixo da década de 70 e não é apropriado”, explica Longo.

Para Rodrigo Feitosa de 9 anos e integrante do movimento escoteiro, a experiência foi importante porque ele pôde aprender na prática os ensinamentos da educação ambiental. "Eu acho esse parque muito lindo e a preservação dele é muito importante para todos nós", contou.

Um relatório com as propostas para a melhoria do parque foi entregue para o vereador Chiquinho Telles (PSD), membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal e o documento também será repassado ao prefeito Alcides Bernal.

Filho do ambientalista que leva o nome do parque, Alisson Sampaio, de 22 anos, se diz emocionado com a ação das crianças que tem o objetivo de cuidar da área também apreciada pelo pai. “Meu pai gostava muito desse parque, depois que ele morreu as coisas foram esquecidas, agora vemos as crianças preocupadas e isso é emocionante”, afirma o jovem.

Crianças se reuniram para gritos escoteiros antes de abraçar o parque (Foto: João Garrigó)
Crianças se reuniram para gritos escoteiros antes de abraçar o parque (Foto: João Garrigó)

Problemas – Segundo o biólogo, o Parque Sóter passou por grandes transformações desde as décadas passadas, mas os problemas com assoreamento ainda castigam o espaço. O ponto mais crítico é a nascente do córrego que já está assoreada.

Longo acredita que a estabilização do solo é o primeiro passo para que a área possa ser recuperada. “Precisa fazer um trabalho importante no início do córrego e depois seguir nas encostas. A partir disso, novas árvores podem ser plantadas o que ajudaria a alimentar a população de capivaras”.

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