ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Defensoria cobra indenização na Justiça de 15 agressores de mulheres

Ricardo Campos Jr. | 25/04/2015 10:36
Defensora que conseguiu na Justiça indenização a vítima de violência doméstica (Foto: Cleber Gelio / arquivo)
Defensora que conseguiu na Justiça indenização a vítima de violência doméstica (Foto: Cleber Gelio / arquivo)

Após vitória judicial que garantiu indenização a uma vítima de violência doméstica, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul se concentra em 15 outras ações semelhantes já protocoladas. O número, repassado pela assessoria de imprensa do órgão, é pequeno, levando em conta a média de atendimento: cerca de 30 mulheres por dia.

No entanto, pedir ressarcimento não é tão simples quanto parece e depende de uma série de fatores. “Poder, muitas vezes, não é ganhar. Depende de o acusado ter condições de pagar. Nós analisamos se o suspeito tem alguma coisa, se tem um carro, um salário um pouco melhor que depois, ganhando a ação, a mulher consiga receber a indenização”, relata Edmeiry Broch Festi, defensora responsável pelo caso emblemático.

Caso haja vitória, mas o acusado não tenha patrimônio, a vítima fica com uma espécie de “crédito” e quando o homem adquirir algum bem, pode ter de entregá-lo à Justiça para quitar o débito, “mas a decisão prescreve, dura um mínimo de três anos e tudo isso deve ser analisado antes de entrar com um processo”, comenta Edmeiry.

A dificuldade não significa, porém, que seja impossível. A vitória recente confirma que é preciso procurar ajuda para analisar todas as possibilidades. “Essa decisão é uma quebra de paradigmas. Mostra que a cultura está mudando”, relata.

“Esse número de ações ainda é pequeno. Algumas mulheres sentem muita vergonha de estar em uma situação como vítimas. Elas deixam de perseguir os direitos delas porque ainda se sentem responsáveis por estarem naquela situação”, opina a defensora.

No caso vitorioso, um homem foi condenado a pagar R$ 200 mil à ex-mulher por tê-la agredido. “Ela vem sendo atendida há muitos anos pela Defensoria. O laudo psicológico foi elaborado por uma psicóloga do estado. A persistência dela em querer sair dessa situação, em se tratar, ajudou muito”, comenta.

Emblemático – A vítima conseguiu indenização por danos morais após um casamento de m26 anos marcado por agressões. O pedido da Defensoria Pública era de R$ 100 mil, mas o juiz da 16ª Vara Cível de Campo Grande, Marcelo Andrade Campos Silva, fixou a indenização em R$ 20 mil.

Na ação, a vítima afirma que registrou vários boletins de ocorrência devido às agressões sofridas e que pelo intenso sofrimento psicológico que vivenciou se viu obrigada a procurar acompanhamento psicológico para a separação.

Os abalos psicológicos foram confirmados por laudo, que comprovou a gravidade dos danos morais. Para o magistrado, o fato de o réu não ter apresentado resposta à ação pode indicar veracidade nas alegações, o que ficou demonstrado por meio de boletins de ocorrência.

Nos siga no Google Notícias