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Capital

Depac fecha portas após pane em registro de B.Os

Instabilidade atingiu pico nesta terça; Sejusp admite pane, mas nega falta de registro em casos emergenciais

Por Lucas Mamédio e Ana Beatriz Rodrigues | 07/05/2024 18:21
Fachada da Depac Centro com cones e portas fechadas (Foto: Alex Machado)
Fachada da Depac Centro com cones e portas fechadas (Foto: Alex Machado)

A Depac (Delegacia de Pronto Atendimento da região central) fechou as portas na tarde desta terça-feira (7) por conta da instabilidade do Sigo, sistema de registro dos boletins de ocorrência.

A equipe do Campo Grande News esteve na delegacia para verificar como está sendo realizado o registro das ocorrências, mas se deparou com a porta da recepção fechada e dois cones que impediam a passagem das pessoas. Pelo vidro, apenas uma pessoa estava presente na recepção, mas não atendeu à reportagem.

O mau funcionamento começou há cerca de um mês, teve breve período de melhora, mas voltou a piorar há alguns dias, tendo seu auge de instabilidade nesta terça. Outras várias delegacias pelo interior estão com mesmo problema.

Já a Depac Cepol, outra delegacia de pronto atendimento em Campo Grande, o movimento é bem baixo. Um dos policiais, em curta reposta à reportagem, disse que está “um caos”, se referindo a como estão realizando atendimento.

O músico Marcos Caldeira, de 29 anos, esperava desde o meio-dia para registrar B.O. “Inclusive, o policial até foi meio debochado, dizendo que se a gente já tinha almoçado, porque antes das 19h a gente não saía daqui. Eu fui na Deam [Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher] há três semanas e também o mesmo problema. Eu ouvi do policial que se eu pudesse voltar de madrugada, porque de madrugada como tem menos pessoas mexendo o sistema funcionava melhor”.

Músico Marcos Caldeira espera em frente à Depac Cepol para regitrar boletim de ocorrência (Foto: Alex Machado)
Músico Marcos Caldeira espera em frente à Depac Cepol para regitrar boletim de ocorrência (Foto: Alex Machado)

Já Sonia Correa dos Santos, de 62 anos, enfermeira aposentada, desistiu. “Vim fazer um B.O de preservação de direito e não tem como, vou tentar outro dia ou outra hora. Eu tentei pela internet mas não consegui fazer porque não tipifica esse crime no sistema aí vim tentar aqui e não adiantou nada”.

Segundo os policiais ouvidos pelo Campo Grande News, os registros mais graves estão sendo feitos no Word e, em alguns menos graves, as pessoas estão sendo orientadas a desistir ou registrar depois.

Em nota, a Secretaria de Segurança admitiu pane no sistema, mas negou falta de atendimento em casos urgentes. “O Sigo passa por melhorias, com a implantação de novos servidores. Nesta terça-feira, o sistema apresentou uma pane, sendo que a equipe técnica já está trabalhando para solucionar a falha, de maneira a evitar prejuízos para a população. Porém, os atendimentos urgentes estão sendo feitos normalmente nas delegacias da Polícia Civil, bem como todos os chamados estão sendo atendidos pela PM via número 190”.

Aposentada Sonia Correa dos Santos e sua filha desistiram de registrar boletim de ocorrência (Foto: Alex Machado)
Aposentada Sonia Correa dos Santos e sua filha desistiram de registrar boletim de ocorrência (Foto: Alex Machado)

O que diz a empresa dona do Sigo?

O sistema Sigo foi desenvolvido e tem sua manutenção realizada por uma empresa privada, a Compnet. Segundo o proprietário da empresa, que atende o Estado há mais de 20 anos, Adriano Chiarapa, a instabilidade é causada por uma medida tomada pelo próprio Governo, no caso, a troca de servidores nos quais os sistemas digitais do poder público roda.

“Os técnicos do Governo estão trabalhando para resolver o problema. Cabe a minha empresa dar suporte, mas vale salientar que é o Governo que está trocando os servidores e isso é feito com serviço funcionando, por isso a instabilidade. Porém, acredito que até no máximo amanhã (8) isso tá resolvido.”

Policiais parados

Segundo o Sindicato dos Policias Civis, o Sinpol, a instabilidade basicamente inviabilizou o trabalho dos agentes, que foram, inclusive, orientados a não trabalhar, caso não houvesse condições mínimas para tal.

“A orientação é clara: se o Estado não dá condições para trabalhar, nós não trabalhamos. Pedimos para os policiais a enviarem isso por escrito a seus respectivos superiores e que esperem o problema ser resolvido”, disse Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol.

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