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Capital

Dogueiros serão transferidos de avenida para “lanchódromo” no Horto

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 10/08/2011 11:05

Local deverá ter quiosques e possibilidade de funcionar 24h

Pista de bicicross está sendo removida para criação do "lanchodromo". (Foto: João Garrigó)
Pista de bicicross está sendo removida para criação do "lanchodromo". (Foto: João Garrigó)

O comércio de lanches do canteiro central da avenida Afonso Pena será removido para um “lanchódromo” no Horto Florestal, no cruzamento da rua Anhanduí com a Fernando Côrrea da Costa, exigindo a retirada da pista de bicicross.

Já incorporados ao cenário da avenida mais importante de Campo Grande, os trailers vão sair para as obras de recapeamento da via, que incluem a retirada dos estacionamentos nos canteiros.

“A obra na avenida é inevitável. Então aceitamos a proposta da prefeitura, por ser a única área perto do Centro capaz de receber todos os comerciantes”, justifica o presidente da Amval (Associação Municipal dos Vendedores de Lanches), Emerson do Nascimento. Ao todo, há 22 trailers de lanche na Afonso Pena.

A associação e a prefeitura bateram o martelo na última segunda-feira. Agora, os donos dos trailers aguardam por novas rodadas de reuniões para definir prazos e custos. A previsão é que o “lanchódromo” entre em atividade ainda neste ano.

Além de ceder a área, a prefeitura vai oferecer infraestrutura como banheiro, ligação de esgoto e energia elétrica. Já os comerciantes devem sair da informalidade.

Por meio de parceria com o Sebrae, eles vão constituir empresa e recolher impostos. Nos moldes de programas já adotados na Feira Central e Camelódromo. “O nosso sonho era deixar de ser ‘dogueiro’ para ser empresário”, afirma Emerson.

O presidente da Amval admite que o novo endereço não nem tanto fluxo de pessoas como na avenida. “Não se compara a Afonso Pena, mas a localização é boa. Vamos investir em marketing para chamar o público. Uma possibilidade é funcionar 24 h, além de ter apresentações culturais trazidas pela Fundação de Cultura”, explica.

Para ele, a concentração de todos os comerciantes no mesmo espaço também deve levar à diversificação do cardápio. A proposta é que os trailers sejam substituídos por quiosques.

Nesta quarta-feira, dois dias após a decisão, oito funcionários da prefeitura já trabalham na retirada da terra da pista de bicicross. Seis caminhões estão no local.

Além da retirada da pista, parte da área vai receber brita. A princípio, o projeto não inclui a retirada de árvores.

Atleta foi surpreendido com fim da pista no Horto Florestal. (Foto: João Garrigó)
Atleta foi surpreendido com fim da pista no Horto Florestal. (Foto: João Garrigó)

Surpresa - Ver o fim da pista de bicicross foi uma desagradável surpresa para o atleta Jacinto Ferreira Neto, quarto colocado no campeonato brasileiro. A pista deveria receber uma competição estadual em breve.

Jacinto também utiliza o local – com 320 metros, com rampas de quatro metros de altura e sete metros de distância - para treinamento. “Não tem outra pista como essa em Campo Grande”, reclama o atleta, que na competição nacional encara pistas com até 12 metros de distância entre as rampas.

“Ontem, fiquei sabendo que ia começar a obra. A prefeitura não avisou ninguém”. Ele conta que a federação investiu R$ 360 na semana passada para recuperar a pista.

A criação do lanchódromo também foi questionada pelo coordenador do Fórum de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Haroldo Borralho. “Se acontecer isso, é um ato inconsequente do ponto de vista ambiental. Fora, que é um local aprazível, para contemplação, caminhada. Não pode destruir aquele espaço para colocar dogueiros”, afirma.

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