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Capital

Emoção, miss produzida e casa cheia em júri de dupla que matou manicure

O crime foi em 15 de janeiro de 2016 num enredo com traição, ciúme e crueldade

Aline dos Santos e Marcus Moura | 29/03/2017 09:41
Eleita miss na prisão, Gabriela é interrogada em julgamento.  (Foto: André Bittar)
Eleita miss na prisão, Gabriela é interrogada em julgamento. (Foto: André Bittar)

Emoção, acusadas “produzidas” e plenário lotado marcam o julgamento de Gabriela Santos Antunes e da amiga Emilly Karoliny Leite, denunciadas pela morte da manicure Jennifer Nayara Guilhermete de Moares, 22 anos. O crime foi em 15 de janeiro de 2016 num enredo com traição, ciúme e crueldade.

No banco dos réus, Gabriela, que foi eleita Miss Primavera no presídio feminino de Campo Grande, manteve o tom loiro platinado e os cabelos com escova. De cabeça baixa, trajando casaco e calça jeans, acompanhou o depoimento de Lucimar Vieira, mãe da vítima, que foi ouvida pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, como informante.

De início, o magistrado questionou se teria problema em falar diante das acusadas. “Quem tem que estar intimidadas são elas, não eu”, diz.

Iniciado com fala firme, o depoimento de Lucimar terminou com lágrimas e a emoção chegou ao público que acompanha o julgamento. Ela relatou o desespero com o sumiço da filha por 24 horas e a tristeza de saber do assassinato.

O choro se avolumou ao contar que o neto de dois anos, filho de Jennifer, tem saudades da mãe. “Quando a minha outra netinha chama pela mãe dela. Ele diz: vovó, a minha mãe não vem me buscar?”, conta. 

A Justiça ainda ouviu uma amiga de Emilly, que também foi ao julgamento com cabelo produzido. No começo do interrogatório, Gabriela começou hesitante, mas depois, com voz firme, disse que desferiu os tiros contra a vítima e que usou a arma do ex-marido.

O júri é composto por seis mulheres e um homem. O julgamento é acompanhado por estudantes de Direito e a família da vítima.

De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), Gabriela agiu por motivo torpe, com o intuito de se vingar de um envolvimento amoroso da vítima com seu marido. Já Emilly teria auxiliado a chamar a vítima apenas para conversar na casa de uma amiga, ocultando a real intenção que era de matá-la. Ambas teriam corrompido uma adolescente a praticar o crime junto com elas.

No processo, a defesa sustenta que Gabriela não planejou o crime e era amiga da vítima desde a infância. A intenção seria dar um susto. A defesa de Emilly alega que ela não sabia que Gabriela faria disparos de arma de fogo. A vítima foi levada para a região conhecida como Cachoeira do Ceuzinho. No local, Gabriela teria apontado um revólver, exigindo que Jennifer se jogasse em direção ao precipício. Em seguida, atirou.

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