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Capital

Empresários apostaram na cidade para serem felizes e fazerem sucesso

Aliny Mary Dias | 26/08/2013 08:00
Tapiocaria foi aberta há 9 anos por pernambucano que se diz adotado por Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Tapiocaria foi aberta há 9 anos por pernambucano que se diz adotado por Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Empresários apostaram na cidade para serem felizes e fazerem sucesso

Diferente daqueles que costumam reclamar que o sucesso das empresas campo-grandenses se resume a lojas de colchão e farmácias, existem os que deixaram os costumes e tradições da cidade natal para investir em Campo Grande e hoje são empresários respeitados nos ramos de atuação que escolheram.

Os que vieram de fora não são poucos, o último senso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010 aponta que dos 786,7 mil moradores de Campo Grande, 46,1% não nasceram na Capital. O número chega a 363,2 mil migrantes.

Quem conhece o pernambucano que comanda a tapiocaria mais famosa da cidade nem imagina o esforço feito por ele há 10 anos para chegar ao sucesso de hoje. Quem entra na tapiocaria, localizada na Vila Jaci, tem a nítida impressão que o dono é de Pernambuco.

O início da história de Romero Bastos Quirino, 47 anos, em Campo Grande nem de longe pode ser comparada aos momentos de crise enfrentados pela família. O pernambucano tinha um bom trabalho em Recife e recebeu uma proposta da revendedora de motos que trabalhava para ganhar três vezes mais na capital sul-mato-grossense.

Sem pensar duas vezes, Romero veio com a mulher e três filhos para a Cidade Morena com status de “gente rica”. Oito meses se passaram e o responsável pela revendedora morreu e a loja foi adquirida por uma equipe paulista.

Demitido e sem conseguir emprego em nenhum outro lugar, pernambucano viu a qualidade de vida cair e o dinheiro sumir. “Eu cheguei a dividir um prato de comida entre meus três filhos e tomar água com açúcar com a minha mulher. Foi um tempo de muita necessidade e eu não tenho vergonha de dizer”.

Pernambucano se emociona ao lembrar dos tempos difíceis vividos na cidade (Foto: Marcos Ermínio)
Pernambucano se emociona ao lembrar dos tempos difíceis vividos na cidade (Foto: Marcos Ermínio)

A ideia de montar a tapiocaria surgiu depois de uma espera de 40 minutos em uma fila de uma feira. A má qualidade do produto fez com que o casal apostasse na comida típica do nordeste. “Eu comecei atendendo em uma portinha e fomos progredindo. Até vendi coisas da minha casa para pagar as contas nos primeiros anos”, conta.

Depois de passar pelas dificuldades e ser ajudado por amigos campo-grandenses, Romero se considera um vencedor que vende até 200 tapiocas em uma noite movimentada. “Eu consegui formar meus três filhos e hoje tenho um carro bom. Eu não escolhi Campo Grande, essa cidade me adotou”, afirma.

A alegria e o sotaque característico do pernambucano somem diante de uma tarefa simples: resumir Campo Grande em uma palavra. A emoção toma conta do homem que diz amar a Capital e com os olhos marejados ele diz que a cidade pode ser resumida em nove letras: “salvação”.

Outro exemplo de gente que escolheu a Capital para investir e criar a rede de churrascaria Zitão é Miguel da Cunha de 29 anos. O jovem e a família, vindos de Serafina Correia uma cidade do interior de Rio Grande do Sul, passaram por São Paulo antes de investir em Campo Grande.

“Nós resolvemos montar os restaurantes no interior de São Paulo, mas vimos que Campo Grande era uma cidade que nos dava mais possibilidade de crescimento. Vendemos as unidades do interior e viemos para a Capital em 2001”, explica.

Miguel saiu com a família do interior do Rio Grande do Sul e montou a rede de churrascarias em Campo Grande (Foto: João Garrigó)
Miguel saiu com a família do interior do Rio Grande do Sul e montou a rede de churrascarias em Campo Grande (Foto: João Garrigó)

Os primeiros a desbravar o solo sul-mato-grossense foram os tios e os primos de Miguel. Após vender os restaurantes em São Paulo e levantar o capital necessário, os empresários resolveram investir na Capital e iniciaram as atividades no mini anel rodoviário, na BR-163.

O sucesso foi tão grande que em poucos anos a rede já conta com duas lojas em Campo Grande e uma em Rio Brilhante. E o sucesso não para por aí, na última semana, a família adquiriu um restaurante no bairro Chácara Cachoeira e em breve a nova filial da empresa será inaugurada.

Sobre o sucesso na Cidade Morena, Miguel conta que a Capital trouxe à família a oportunidade de união, considerada a receita para se dar bem na cidade. “No Rio Grande do Sul e em São Paulo a gente vivia muito distante. Hoje somos oito pessoas da família que moram uma ao lado da outra e estamos trazendo mais pessoas do Sul para crescer com a gente”, completa o empresário.

Miguel comemora o sucesso e já ampliou rede de churrascaria na Capital (Foto: João Garrigó)
Miguel comemora o sucesso e já ampliou rede de churrascaria na Capital (Foto: João Garrigó)
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