Entregador diz que forjou assalto para pagar dívida de R$ 5 mil
Foi apresentando na tarde desta terça-feira (6), na Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos), o funcionário da empresa de transporte de alimentos que simulou o próprio assalto após vender, ontem (5), parte da carga que transportava. Os receptores, três no total, também foram apresentados.
O entregador que forjou o assalto, Paulo Henrique Rios Djalma, de 25 anos, foi preso e indiciado por apropriação indébita qualificada e falsa comunicação de crime.
À reportagem do Campo Grande News, ele disse que agiu no desespero, porque estava devendo cerca de R$ 5 mil, entre as prestações da moto e o aluguel da casa. “Não sou ladrão. Minha consciência ficou mal”, disse. Paulo não tinha passagem na polícia. O entregador estava há 1 mês na empresa.
Segundo a polícia, o trabalhador forjou o crime ontem, no início da noite, horas depois de ter vendido parte da mercadoria que estava transportando – uma carga de frios
Em depoimento, Paulo disse que havia sido sequestrado por volta das 9h30, por dois homens armados. A dupla, contou, colocou um saco preto em sua cabeça, o deixou trancado dentro do porta malas de um carro e o largou no Jardim Campo Alto, atrás de um posto de combustíveis. O entregador só ligou para a polícia por volta das 19h30.
O Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), a essa altura, já havia recebido a denúncia de que um caminhão havia sido abandonado. Parte da carga tinha sido levada. Na delegacia, ainda em depoimento, Paulo se contradisse e acabou levantando suspeita.
A verdade, descoberta pela polícia, é que o entregador não foi sequestrado. Não houve crime algum. Ele vendeu parte da carga para três pessoas, quem também foram apresentadas nesta tarde.
Trata-se de Rogério Silva Oliveira, de 55 anos; Antônio Pereira Vale Neto, de 42 anos e um terceiro homem - que não teve a identidade revelada - cuja mãe, Maria Feitosa da Silva, de 72 anos, assumiu a responsabilidade.
Rogério, que tem passagem por lesão corporal, comprou 120 caixas de frios por R$ 2,5 mil. Antônio levou para casa 20 caixas de coxa e sobrecoxa por R$ 896,00. Não foi identificado a quantia e os produtos levados pelo filho de Maria Feitosa.
De acordo com a polícia, os três pagaram a compra com cheques pré-datados. Todos disseram que não sabiam que a carga era roubada. Nenhum desconfiou dos preços.
Rogério, Antônio e Maria serão indiciados por receptação e podem pegar pena de até 8 anos de prisão.
A ação envolveu a Defurv e a Depac (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga.