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Capital

“Eu nasci de novo”, diz paciente que recebeu rim de doador morto

Viviane Oliveira | 07/05/2012 18:26

Há um ano e meio sem cirurgias, a Santa Casa de Campo Grande voltou a fazer transplantes renais com órgãos de doador cadáver

Ademir ainda se recuperando da cirurgia que foi realizada ontem. (Fotos: Viviane Oliveira)
Ademir ainda se recuperando da cirurgia que foi realizada ontem. (Fotos: Viviane Oliveira)
Enzo foi um dos primeiros transplantados depois cinco anos fazendo hemodiálise.
Enzo foi um dos primeiros transplantados depois cinco anos fazendo hemodiálise.

“A sensação é que eu nasci de novo”. A frase é de Ademir Aparecido Biloti, 56 anos, que após cinco anos de espera, recebeu no último domingo (7) transplante de rim de doador cadáver.

Ainda se recuperando da cirurgia e proibido de falar, Ademir disse, com um sorriso no rosto, que daqui pra frente à vida terá uma nova etapa.

Outro exemplo é de Enzo Luiz Conceição Guimarães, de 50 anos. Depois de cinco anos sofrendo com hemodiálise comemora o transplante, que segundo ele foi um sucesso. Ele conta que fazia hemodiálise três vezes por semana.

“Na última quarta-feira eu estava na hemodiálise, quando me avisaram que havia um órgão compatível”, comemora, acrescentando que sempre teve fé em Deus e acreditou que um dia seria transplantado.

Há um ano e meio sem cirurgias, a Santa Casa de Campo Grande voltou a fazer transplantes renais com órgãos de doador cadáver na última sexta-feira. De acordo com o diretor-presidente da junta interventora do hospital, Issam Moussa, já foram realizados quatro transplantes desde sexta-feira.

A coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Claire Miozzo, disse que hoje existe uma fila de 340 pacientes aguardando por um transplante de rim. “Esta notícia é ótima. Voltamos a fazer o que sempre deveríamos ter feito, transplantar pacientes do nosso estado que está na fila há anos”, relata.

De acordo com dados da Central de Transplantes, só no ano passado foram coletados 22 órgãos de doadores cadáver, mas nenhum foi encaminhado a pacientes de Mato Grosso do Sul. Todos foram levados para outros Estados. Já de doadores vivos foram 22 transplantes. Em 2010 foram 24 incluindo transplantes, dos dois tipos.

Segundo a presidente da Recromasul (Associação dos Renais Crônicos e Transplantados), Maura Jorge da Silva, a notícia foi recebida com muita alegria pelos pacientes.

“Aqueles que estão na fila agora vai ter uma chance a mais de poder receber um transplante. Existe paciente que aguarda há mais de 7 anos por um transplante”, finaliza.

A Santa Casa não estava fazendo transplante de rim de doador cadáver porque não tinha estrutura. Para o transplante de rim de pessoas que já morreram, é preciso um CTI (Centro de Terapia Intensivo) exclusivo para o procedimento.

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