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Capital

Família conquista casa, mas não sabe como abrigar 13 filhos em 40m²

Juliana Brum | 04/10/2015 10:05
Família reunida pensa como farão para conseguir se mudar para casa popular de 40,7 m2 ( Foto - Gerson Walber)
Família reunida pensa como farão para conseguir se mudar para casa popular de 40,7 m2 ( Foto - Gerson Walber)

Após anos de espera pela casa própria, a família Barros, com 13 filhos e sem renda fixa, estuda como acomodar todos na casa popular, conquistada há cinco dias na Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande). Agora o endereço da família é o residencial Celina Jalad, no bairro Caiobá.

Mas o sonho da casa própria está adiado até que os Silva consigam encontrar uma saída para acomodar todos na casa popular de 40,7m², além de necessitarem de uma ajuda para levar a pouca mobília e todos da casa até o novo bairro, localizado há mais ou menos 10 km de distância.

Para não correrem o risco de perder a casa, por conta de invasores, o chefe da família Robson Soares, 42 anos, está se revezando com os filhos para dormirem na casa até que todos possam se mudar para a casa que tem uma sala com a cozinha, dois quartos e um banheiro.

A matriarca da família, Rosana da Silva Barros, 38 anos, conta que está de resguardo após o nascimento de sua 13º filha que nasceu há 30 dias e após receber as chaves da nova casa, tem pressa em resolver como caberão todos no novo lar.

O drama aumenta por conta da dura situação financeira em que se encontram há mais de 15 anos, após Robson ser picado por uma cobra. Ele teve uma inflamação profunda nos nervos da perna, o que o impossibilita de trabalhar como pedreiro.

Robson mostra a cicatriz que carrega há mais de 15 anos e sofre com inflamação nos nervos (Foto - Gerson Walber)
Robson mostra a cicatriz que carrega há mais de 15 anos e sofre com inflamação nos nervos (Foto - Gerson Walber)

A renda familiar hoje vem do trabalho dos filhos, Raí 20 anos, que vende picolé recebendo por semana aproximadamente R$ 200,00 e da ajuda da filha de 16 anos que leva duas crianças para a escola e pela ajuda que presta para a vizinha recebe por mês R$ 200,00.

Robson Soares há mais de 15 anos recebe o auxilio do BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social), no valor de R$ 390,00 reais, o que ajuda na renda da família, mas não é o suficiente ao se tratar de 15 pessoas em uma casa.

"Eu sei que é errado minha filha ser menor de idade e trabalhar, mas não temos outra saída já que não recebo ajuda da Assistência Social. Hoje a nossa preocupação é ampliar a casa para que possamos nos mudar e sair do aluguel o quanto antes e oferecer uma vida digna aos nossos filhos", explicou Rosana.

Hoje a família está com as dívidas atrasadas, porque os trabalhos temporários diminuíram e as contas foram se acumulando, já que seu marido não aguenta mais devido as dores fortes nas pernas trabalhar.

O mais velho tem 22 anos e a caçula apenas 30 dias, Acsa da Silva Barros. Outra preocupação da família é com a escola das crianças que não há como transferi-los agora no fim do ano letivo e estão com medo de não conseguir vaga para as crianças no novo bairro.

"Fico triste quando meus filhos choram pedindo comida e as coisas que não tenho como comprar. Quero trabalhar, mas não consigo devido as fortes dores que sinto", ressaltou Robson.

Ele acredita que com 3.500 tijolos, 20 bolsas de cimento e cinco metros de areia, ele consiga levantar o muro com a ajuda do filho e amigos que construirão o muro e também um outro cômodo para tentar abrigar a todos.

Nem os móveis a família tem. Hoje há duas camas emprestadas e o restante dos filhos dormem em colchões velhos que Rosana já avisou que não levará para a nova casa. "Vamos levar só um fogão, uma televisão e as roupas."

Segundo Rosana, eles precisam de fraldas, cestas básicas, leite, geladeira, colchões e 5 carrinhos de bebê. "Quando voltamos da igreja sentimos muita dificuldade porque não temos carrinhos e muitas vezes as crianças já estão cansadas e voltam dormindo em nossos colos" relatou a mãe.

Interessados podem entrar em contato com a família pelo telefone: 67-9305-2969 (Raissa) ou 9118-6544 (Rosana).

Com a chave em mãos a família tem pressa em mudar-se (Foto - Arquivo)
Com a chave em mãos a família tem pressa em mudar-se (Foto - Arquivo)
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