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Capital

“Foi impulso de mãe”, diz mulher que salvou menino de pit bull na Capital

Paula Maciulevicius | 25/11/2011 21:16
Cachorro ainda estava nervoso no final da tarde, quando a foto foi tirada. Animal atacou próprio dono, de 6 anos. (Foto: Pedro Peralta)
Cachorro ainda estava nervoso no final da tarde, quando a foto foi tirada. Animal atacou próprio dono, de 6 anos. (Foto: Pedro Peralta)

“Na hora eu não pensei em nada. Foi impulso de mãe em salvar essa criança. Eu vi ele deitado e cachorro em cima”, diz emocionada Lourdes Loureiro, de 42 anos, que hoje deixou de ser professora ou mãe, para ser quem salvou a vida do menino de 6 anos, atacado pelo pit bull na própria casa.

Na tarde desta sexta-feira Elder Kariel Paiva Vaz, de 6 anos, foi mordido pelo cachorro da família na casa onde mora, no bairro Paulo Coelho Machado, aqui em Campo Grande.

Depois de conversar com os pais do menino, o Campo Grande News foi até a casa, cenário do ataque. Do portão, as fotos foram tiradas até com certo receio. O cachorro se mostrava feroz e o portão tinha marcas de que havia sido chutado, na tentativa de fazer com que o cão soltasse a criança.

Lourdes não mora na região. Foi até lá para visitar a mãe e nem costuma cruzar toda a rua Adilon de Souza Nogueira, mas nesta sexta-feira, resolveu passar.

“Eu ouvi os gritos e larguei o carro ligado. Fui até lá. Eu gritava para o cachorro soltar. Se eu pulasse ele ia pegar. Cada vez que eu tentava puxar o menino, o cachorro puxava do outro lado”, conta.

A professora ficou do lado de fora do portão, tentando levantar a criança que estava dentro do quintal.

“Estou em estado de choque. O vizinho caminhoneiro parou para ajudar, eu não fiz sozinha. Ele foi anjo também. No final a gente de abraçou”, acrescenta.

Emocionada, mulher que salvou menino de pit bull pede lei que proíba criação da raça. (Foto: Pedro Peralta)
Emocionada, mulher que salvou menino de pit bull pede lei que proíba criação da raça. (Foto: Pedro Peralta)

A criança só foi retirada com muitos chutes dados no animal, para que soltasse o menino. Elder foi erguido do portão para fora e ficou no colo da irmã de Lourdes até que os bombeiros chegassem.

“Foi uma guerra, ele só soltou depois de muito chute”, detalha.

“Eu fico indignada de um pai ter um animal desse em casa. Acho que os vereadores tinham é que fazer uma lei para não ter cachorro assim nas casas”, defende Lourdes.

Na vizinhança o medo pairou. Patrícia Rodrigues é moradora próxima à casa e costuma deixar os três filhos brincando na rua, ou pede para que levem algo até a casa de Elder.

“Ele era de boa, a gente nunca imaginava que fosse acontecer isso. Mas fica receada. Nunca demonstrou ser bravo, mas vai saber”, comenta.

Caso - A criança foi mordida pelo próprio cachorro na tarde de hoje, no bairro Paulo Coelho Machado. Os bombeiros foram acionados por volta das 16h e realizaram todos os atendimentos.

Segundo a família, o menino passa bem, teve ferimentos pelas mordidas nos braços e na barriga.

O pai, Edmo Alves, disse que ainda não sabe o que vai fazer com o cão, que foi criado na casa desde filhote, há dois anos.

“Doi muito mais o que ele fez com o meu filho. Vou tomar uma providência, passar ele para o CCZ”, fala.

A família conta que pegou o cachorro como segurança, depois de ter a casa assaltada por sete vezes.

“Vou ter que por cerca, alarme. Agora vai ser assim”, comenta.

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