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Capital

Funcionárias insistem em jornada de 6h e creches devem seguir fechadas

Lidiane Kober | 12/05/2014 18:30
Olarte recebeu as grevistas na prefeitura nesta segunda-feira (Foto: Cleber Gellio)
Olarte recebeu as grevistas na prefeitura nesta segunda-feira (Foto: Cleber Gellio)

Em reunião com o prefeito Gilmar Olarte (PP), no fim da tarde desta segunda-feira (12), funcionárias de empresas terceirizadas insistiram na proposta de jornada de seis horas e, sem resposta da administração municipal, devem decidir pela continuidade da paralisação, em assembleia, prevista para as 19 horas.

Após pressão da categoria, que representa 1,9 mil dos 2,5 mil funcionários dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) e dos Cras (Centros de Referência de Assistência Social), o prefeito ofereceu reajuste de 8%, jornada de sete horas diárias (em vez das oito atuais) e licença maternidade de seis meses.

Hoje, porém, uma comissão de oito pessoas do Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul), insistiu na carga horária de seis horas, mesmo tempo de trabalho dos concursados.

“Sem o reajuste de 18%, os concursados recebiam R$ 1,2 mil e nós, também sem o aumento de 8%, ganhamos R$ 891. Ao mesmo tempo, desempenhamos a mesma função, na mesma sala, ainda sem regalias como auxílio alimentação. Isso não é justo”, desabafou Gleice Ferreira Lima de Sales.

O prefeito, por sua vez, ressaltou que, por serem funcionárias de empresas terceirizadas, no caso a OMEP (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e a S::S::C::H (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária), não cabe a administração municipal decidir o futuro delas. “Por administrar pensando no lado humano, nos propomos a negociar, mas não podemos decidir nada sem antes consultar as entidades”, frisou.

Olarte ainda ressaltou que o papel da prefeitura é resolver o problema dos pais, que estão desde hoje sem ter onde deixar os filhos por conta da paralisação que, de acordo com o sindicato, fechou 80% das 96 creches da Capital. “Vamos ter que botar para funcionar de um jeito ou de outro”, avisou.

Com a declaração, ele reforçou a hipótese de chamar concursados e diminuir o espaço dos funcionários de empresas terceirizadas nas creches. “Temos ordem do MPE (Ministério Público Estadual) de contratar mais gente até o final do ano”, frisou. “Se for chamar as concursados, elas vão trabalhar só seis horas”, rebateu uma sindicalista, na reunião com o prefeito.

Segundo as profissionais, de qualquer forma precisará contratar mais gente. “Não tem como deixar 25 crianças de uma sala com apenas uma recreadora”, ponderou Gleice, fazendo menção ao fato de a prefeitura ter reduzido a carga horária dos concursados . Nesta uma hora, inicialmente, a responsabilidade recairia aos terceirizados.

Assembleia – Em meio à continuidade do impasse, a tendência, segundo representantes da comissão sindical, é continuar a greve. “Do jeito que parou a negociação, as coisas se complicaram”, analisaram as grevistas. O entendimento leva em conta o fato de o prefeito ter sinalizado negociar, a partir de agora, apenas com as empresas, isso na hipótese de a greve seguir amanhã.

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