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Capital

Gestante morre em maternidade e família espera laudo para apontar responsáveis

Ricardo Campos Jr. | 28/02/2011 12:10

Parentes suspeitam de negligência

Roseleide, horas antes de entrar na sala de cirurgia e morrer. (Arquivo da família)
Roseleide, horas antes de entrar na sala de cirurgia e morrer. (Arquivo da família)

Roseleide Leite da Silva, 32 anos, morreu durante o parto do segundo filho no último sábado (26) na maternidade Cândido Mariano em Campo Grande. Familiares acreditem se tratar de negligência e esperam o resultado do exame necroscópico, que deve sair em 15 dias, para apontar os responsáveis e tomar as providências necessárias.

A auxiliar de enfermagem Roselei Cardenas Bogado da Silva, tia de Roseleide, conta que a Polícia já foi procurada, mas nenhum boletim de ocorrência foi registrado pelos parentes. Eles foram orientados a não divulgar o nome de médicos ou funcionários da maternidade.

Problemas no caso de Roseleide começaram há 7 dias, segundo relatos da tia. Ela explica que o acompanhamento pré-natal foi todo pela rede pública de saúde. A médica atendia no posto de saúde da Vila Nasser. A previsão do nascimento era para o dia 16 e Roseleide chegou a ser internada na Cândido Mariano no dia 18.

“O médico estava viajando e mandaram ela para casa”, lembra Roselei, “Depois voltou para a médica dela que estava de plantão lá na Vila Nascer que mandou encaminhamento para internar no dia 25. Ela indicou outro médico mais experiente”.

A gestante foi acompanhada pela amiga Adriana Evangelista, 26 anos. Antes de seguir para o centro cirúrgico, tirou fotos com o próprio celular, já com as roupas apropriadas para a operação, e ligou para o marido. Adriana relata que a gestante deu entrada às 7 horas e às 8h45 foi para o centro cirúrgico. Até as 13h30, horário que segundo Adriana recebeu orientação para chamar os familiares por conta de um imprevisto, nenhuma informação foi repassada.

“Eu já estava aflita, estava doida. Todas as pessoas que fizeram a internação com ela os acompanhantes já tinham entrado. Só faziam mais internações e eu não tinha notícias dela”, conta a estudante.

A tia fala que Roseleide não tinha problemas de saúde e não entende o que pode ter ocorrido na sala de parto. “Eles alegam que ela entrou com a pressão baixíssima, mas ela estava bem, estava alegre, sorrindo. Não era gravidez de risco, não era diabética, hipertensa ou obesa. Não tinha nada. A outra filha já tinha seis anos, não foi uma gravidez atrás da outra”, diz Roselei.

Guilherme, o filho de Roseleide, foi colocado na UTI neonatal com insuficiência respiratória, de acordo com a tia. O pai deve visitá-lo ainda pela manhã.

Amiga mostra foto de Rosileide.
Amiga mostra foto de Rosileide.

Laudo - Pela manhã a família conseguiu ter acesso ao laudo emitido pelo IMOL (Instituto Médico Odontológico Legal) para a funerária, já que o atestado de óbito ainda não ficou pronto.

A tia relata que na causa da morte aparece choque hipovolêmico, edema generalizado, hemorragia de difusas, distúrbios de coagulação. A família aguarda o relatório completo.

Roselei afirma que a sobrinha, apesar de ter atingido o período do parto, não sentia contrações, mas ainda assim a médica insistia no parto normal. “Aconteceu alguma coisa. Porque não fez essa cesárea antes? Porque faz um planejamento com uma medica e depois manda para outro? Nós queremos ter acesso ao prontuário da maternidade”, completa a tia da gestante.

O Campo Grande News entrou em contato com a maternidade Cândido Mariano. Por causa do horário de almoço a pessoa mais indicada para falar a respeito do assunto não estava presente.

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