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Capital

Grávida de 5 meses e com suspeita de zika, Thamara tenta transferência

Luana Rodrigues | 25/10/2016 09:30
Acusada de matar Victória, Thamara Arguelho está presa em Corumbá, desde setembro. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Acusada de matar Victória, Thamara Arguelho está presa em Corumbá, desde setembro. (Foto: Reprodução/ Facebook)

A acusada de matar Victória Correia Mendonça, 18 anos, deve voltar a Campo Grande ainda esta semana. No quinto mês de gravidez, desde setembro, Thamara Arguelho da Cruz, 21 anos, está presa no presídio feminino Carlos Alberto Jonas Giordano, em Corumbá – cidade distante 419 quilômetros de Capital. Ela pediu para voltar, pois, segundo a família, não tem recebido a assistência necessária na gravidez e suspeita que esteja com zikavírus.

“No quinto mês de gravidez ela não tomou nem um comprimido. Ainda por cima, há alguns dias passou mal, teve febre, depois ficou toda empolada, e estamos achando que foi zika. Não tiro a culpa dela, e acho que ela deve pagar, mas o que ela carrega é uma criança que não tem culpa de nada”, diz a avó de Thamara, Claudia Arguelho.

O pedido de Thamara à Justiça para voltar a Capital, foi feito na primeira audiência sobre o caso, realizada no dia 18 deste mês. Por meio de um depoimento em vídeo, a acusada pediu ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, para retornar ao presídio de Campo Grande, tendo em vista que o crime ocorreu na Capital e assim ela fica próxima de todos seus familiares.

O Juiz autorizou o retorno, mas a decisão depende da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). A agência afirma que ainda não recebeu nenhum documento da Justiça e vai se interar sobre a autorização. Mas adianta que deve solicitar a Justiça que Thamara permaneça em Corumbá.

Transferência – Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Thamara foi transferida para Corumbá para a própria segurança, já que estava se desentendendo com outras internas e até com agentes.

No mês de agosto, ela aguardava atendimento médico acompanhada de um agente e gritava que queria ser atendida rápido, que não tinha tempo para ficar esperando, apresentando comportamento agressivo e histórico.

Após ser atendida pelo médico, Thamara foi conduzida até a sala do chefe de equipe, onde disse que não estava gritando e não seria comunicada por esse motivo, mas que se fosse preciso daria um motivo pior para ser advertida. "Eu já matei um, não tenho medo não, eu vou te dar um motivo para você me comunicar", afirmou.

Questionada pelo chefe de equipe se aquilo era uma ameaça, Thamara confirmou e a agente respondeu que, sendo assim, ela estava sendo advertida. A jovem afirmou que, então, daria um motivo para a advertência, e partiu para a agressão física.

Thamara puxou os cabelos, desferiu arranhões pelos braços e mordeu a mão esquerda da vítima. Três agentes tiveram que conter a jovem, que foi levada de volta para sua cela.

Calabouço - Em setembro, a avó de Thamara já reclamava da transferência. Segundo Claudia, a neta estava em uma espécie de “calabouço”, sozinha, além de que, por conta da distância, a família terá dificuldades para visitá-la. “Nós não temos condições, estamos pensando em comprar um carro, mas é difícil. Enquanto isso, vamos ter que visitá-la de ônibus, ir um dia antes para chegar no horário, encontrar um lugar para dormir lá, tudo isso custa”, explicou.

Claudia disse ainda que não defende a nota, mas se preocupa com o bisneto. “Nunca que eu quero que ela seja aliviada da punição, mas criança que vai vir para o convívio da gente, essa sim tem que ser preservada”, finaliza.

A Agepen afirma que Thamara tem recebido toda a assistência que precisa. Inclusive, passado por pré-natal, já que na penitenciária para onde foi transferida há uma “Unidade Materno Infantil”, que oferece uma estrutura mais adequada para a interna.

Assassina confessa - Thamara confessou ter matado Victoria com um tiro na cabeça e outros dois pelo corpo, na madrugada do dia 19 de julho, na casa em que vítima morava, Rua Luiz Bento, Vila Popular, em Campo Grande.

O motivo do crime? Ciúme. Thamara contou à polícia que tomou quatro latinhas de cerveja, pegou um revólver – não soube especificar qual e que até agora não foi encontrada – chamou um mototaxista e foi até a casa da ‘rival’.

Chegando lá, mandou o piloto ficar na esquina e foi tirar satisfações com Victória, quando aconteceu o diálogo derradeiro. Em seguida, a garota pegou o mototáxi e fugiu, passando os dias seguintes perambulando pelas casas de parentes – sem, segundo a própria, ter ido para Aquidauana, como chegou a ser divulgado em outras ocasiões.

Ela foi presa no dia 22 de agosto, mas até agora a arma do crime não foi localizada.

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