Ao investigar furto por conta própria, morador descobre bairro perigoso
Ele não conseguiu recuperar os produtos
Um homem de 34 anos que teve a casa invadida por ladrões no último sábado no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, decidiu investigar por conta própria o caso e acabou descobrindo que o bairro onde mora é muito diferente do que pensava.
Em busca dos objetos levados, descobriu que só nas imediações existem sete pontos de venda de drogas, algo inimaginável antes da "aventura" como investigador.
A vítima, que não quer se identificar com medo de represálias, conta que na região a maioria das residências já foi roubada.
Na manhã de sábado, a esposa estava viajando com a filha de um ano e ele saiu com as outras 3 crianças. Quando chegou em casa, encontrou tudo revirado e sentiu falta de alguns produtos.
Os ladrões levaram perfumes, roupas, chapinha de cabelo, câmera fotográfica e jóias. Segundo o morador, só resolveu ir atrás porque nunca ninguém faz nada e fica por isso mesmo.
“Registrei o boletim de ocorrência, mas comecei uma busca com a molecada usuária de drogas na redondeza mesmo”.
Ele conta que pediu para um garoto ajudá-lo a chegar até o rapaz. O menino disse: me paga uma “paradinha” que eu levo.
O homem admite que deu R$ 5 para o garoto mostrar uma residência que é usada para vender drogas e assim foi de uma casa a outra a procura do jovem.
O homem visitou “bocas-de-fumo” no bairro Vila Nha Nhá, Dom Antônio Barbosa, Centenário, Tijuca e Taquarussu até conseguir localizar o rapaz no bairro Guanandi.
“Domingo, às 18 horas, consegui encontrar o ladrão, mas fui informado que ele já havia vendido os produtos”. Ele conta que só não entrou na residência porque o rapaz estava acompanhado de 15 jovens.
“Em todas eu chegava de cara limpa, sem arma. A única coisa que eu queria era achar o ladrão e cortar a mão dele”.
Segundo ele, é uma região que tem de tudo. “Tem o traficante, o usuário de drogas, e o ladrão - a pessoa que faz as chamadas correrias".
A iniciativa serviu para descobrir o mundo aberto da venda de drogas em Campo Grande. “É um grupinho, tem até adolescentes e ninguém toma providência, tenho certeza que a Polícia deve conhecer cada casa que eu fui”.