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Capital

Homens têm "atendimento vip", mas procuram o médico tarde demais

Ricardo Campos Jr. | 15/07/2015 09:11
Movimento tranquilo na sala de espera do Centro Especializado nessa terça (Foto: Vanessa Tamires)
Movimento tranquilo na sala de espera do Centro Especializado nessa terça (Foto: Vanessa Tamires)

Mesmo com atendimento “vip” na rede pública, a população masculina de Campo Grande ainda negligencia a própria saúde e muitas vezes procura ajuda quando é tarde demais. Cerca de 250 homens são atendidos por mês no Centro de Referência à Saúde do Homem. Encaminhados pelas unidades básicas, geralmente precisam de exames de alta complexidade porque já apresentam algum problema.

“Os mais novos vêm por causa da disfunção erétil, DST, infecções urinárias. Os mais idosos geralmente vêm por conta de problemas na próstata”, explica a gerente interina da unidade, Eliane Wondracek.

Com poucas filas, sem tumulto e aparentemente sem demora no atendimento, o lugar destoa da imagem socialmente disseminada dos postos de saúde. A equipe é atenciosa e promove uma boa acolhida aos que chegam ao local.

“Os preventivos são feitos nas UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família). Aqui já recebemos quem tem algum problema e necessitam de atendimento específico com urologista”, afirma a gerente.

Segundo ela, os pacientes são analisados por algum dos seis urologistas e muitas vezes a situação já não é tão simples.

“Por semana são feitos de quatro a cinco pedidos de biópsia e os resultados quase sempre são positivos. Os homens ainda estão procurando atendimento tardiamente. É difícil, porque ele pensa que vai mexer com a sexualidade e também existe a questão cultural do exame de toque”, comenta Eliane.

Quanto à disfunção erétil, segundo ela, o problema geralmente está associado a algum trauma psicológico, drogas, álcool, diabetes e pressão alta.

Beno faz exames pelo menos uma vez por ano (Foto: Vanessa Tamires)
Beno faz exames pelo menos uma vez por ano (Foto: Vanessa Tamires)
Rubens foi encaminhado ao Centro Especializado após alteração em exame (Foto: Vanessa Tamires)
Rubens foi encaminhado ao Centro Especializado após alteração em exame (Foto: Vanessa Tamires)

Exemplos – O aposentado Rubens Braga Romcy, 68 anos, estava no Centro Especializado aguardando ser atendido por algum urologista. “Não fui tão cuidadoso com a minha saúde. Foi uma negligência minha nesse sentido”, afirma.

Acompanhado pela esposa, que sempre o “cutucou“ para fazer os preventivos, ele usa a experiência como dica para que os homens não deixem de procurar um médico periodicamente para o check up.

“Ninguém é super homem. Eu mesmo não estaria aqui se tivesse procurado ajuda adequada. Não se pode achar que não é nada e deixar para depois”, afirma.

Por outro lado, Beno Wondracek, 74 anos, estava no local para apresentar ao médico os exames rotineiros feitos pelo menos uma vez por ano há cerca de dez anos. Ele não vai ao local por ser o pai da gerente do posto, mas por saber reconhecer a importância de acompanhar de perto a saúde.

“É muito interessante procurar. Tem que cuidar da saúde. Tem homens que não vão por vergonha ou por preconceito, mas a saúde vale mais do que qualquer preconceito”, pontua.

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