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Capital

Idosa é presa por racismo e comete o mesmo crime contra guarda municipal

Daniel Machado | 06/01/2015 21:47
A.C.S.R. foi atendida pela Guarda Municipal e encaminhada à Depac-Centro, onde denunciou C.F.B. por 'injúria racial'  (Foto: Direto das ruas)
A.C.S.R. foi atendida pela Guarda Municipal e encaminhada à Depac-Centro, onde denunciou C.F.B. por 'injúria racial' (Foto: Direto das ruas)

Uma senhora foi vítima de racismo na tarde desta terça-feira (6) na Central do IPTU, antigo “Plenarinho” da Câmara Municipal, em Campo Grande.

De acordo com a informação de oficiais da Guarda Municipal e de testemunhas, a vítima A.C.S.R. , de 50 anos, se encontrava na fila para pagar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) quando viu C.F.B., de 69 anos, juntamente com o marido, passar à sua frente.

Ao contestar a “furada de fila”, A.C.S.R. passou a ouvir de C.F.B. uma série de xingamentos e ofensas racistas à sua pessoa.

Presente no local, a estudante Sara Domingues, de 18 anos, disse que a senhora “branca” estava visivelmente alterada e passou a proferir muitas palavras ofensivas.

“Ela chamou a outra senhora de macaca, vagabunda, preta safada, ela perguntava o que a outra estava fazendo aqui no ‘seu país’, pois o lugar dela era na senzala, na África”, relatou.

Segundo a Guarda Municipal, havia cerca de cem pessoas no local presenciando a cena. “A agredida também ficou estressada e disse que é negra mesmo, com muito orgulho, e que a cor dela não a distinguia de ninguém”, acrescentou Sara.

Neste momento, oficiais da guarnição da Guarda Municipal da região do Imbirussu, que acompanhavam de perto a discussão, deram voz de prisão à C.F.B. por crime de racismo. A mesma resistiu e passou a xingar também um dos guardas, de 26 anos, chamando-o de “macaco”, além de fazer comentários depreciativos à Guarda Municipal, alegando que autoridade de verdade era o seu marido – ao seu lado – que era tenente do Exército Brasileiro.

O caso foi encaminhado à Depac-Centro e enquadrado como “injúria racial”.

Tanto o guarda municipal quanto A.C.S.R., que por acaso é funcionária da Polícia Civil, deram parte na delegacia contra a senhora racista, mas fizeram um acordo de processá-la somente na esfera cível, uma vez que na esfera penal (por “racismo”) a mesma, que é uma senhora de idade avançada e saúde debilitada, seria imediatamente presa sem direito à fiança.

O delegado elogiou a atitude nobre das vítimas e registrou o caso apenas como “Injúria Racial”.

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