Moradores da Praça do Papa cobram instalação de academia

Lembrada apenas durante o Carnaval, a Praça do Papa, na região do Santo Amaro, vive cenário de abandono em Campo Grande. Com pista de caminhada rachada, chão desnivelado e bancos destruídos, quem usa o local lamenta a situação. Os moradores exigem, além da revitalização, que seja construída uma academia ao ar livre.

O problema não é recente, o Campo Grande News já denunciou o estado do espaço público anteriormente. O pedido não é exclusivo de quem mora na região, o panorama se repete em outras praças da Capital.

Para tentar melhorar a situação, o professor de educação física Carlos Alberto Chermont, de 71 anos, fez um documento em que relata todas as necessidades da praça para encaminhar à gestão municipal, que, segundo ele, não tirou o projeto do papel.

Para ele, as melhorias feitas são temporárias e restritas a eventos como Carnaval e shows. Carlos comenta que o lugar poderia ser melhor aproveitado. “Temos um espaço grande. O circuito aqui dá um quilômetro. Dá pra fazer um ginásio, quadra de voleibol de areia, dá para fazer pista de playground para as crianças, toda uma estrutura esportiva ao modo do Elias Gadia, lá é boa”.

Ele também pede por sanitários no espaço e lamenta a depredação. “Não tem nada, se você chegar aqui e olhar, você vê que não tem. E é um espaço que está há 20 anos. É uma conquista nossa aqui do condomínio, junto com o ex-prefeito, antes tinha uma guarita, um guarda. A manutenção tem sido feita, limpeza, mas a manutenção de bancos, a infraestrutura, zero”.

A socióloga Nathalia Ziolkowski, de 38 anos, conta que frequenta o local há anos. Ela leva o filho de dois anos aos finais de semana para brincar.

“A praça é muito frequentada. No final de semana eu venho aqui com meu filho, final de dia. Tanto no sábado quanto no domingo tem muitas crianças que brincam aqui. Elas vêm brincar de bola, de patins, skate. Então é um ambiente que é muito frequentado pela família, pela pessoal que mora aqui nas redondezas. Eu acho que vale a pena um investimento aqui.”

Ela comenta que alguns residentes fazem o plantio de árvores no local e cuidam das mudas. “Tem aquela área ao lado aqui da praça, o pessoal vem caminhar de manhã, traz no carro garrafa com água e molha. Então é um cuidado que, sim, dá pra ver que quem cuida daqui são os moradores”.

Sobre a depredação do espaço, a socióloga reafirma que o problema é antigo. “Como é a ausência do poder público. Está há muito tempo aí desse jeito, sem cuidado. Mas é um espaço com grande potencial, na minha opinião”.

A dona de casa Silvana Moura, de 49 anos, mora no bairro vizinho, Santo Antônio, e foi até a praça para caminhar nesta segunda-feira. Ela revela que usaria a academia ao ar livre, caso ela existisse na praça.

“Tá fazendo falta aqui, sem dúvida nenhuma. Se tivesse uma academia aqui ao ar livre, com certeza eu chegaria e já ia usufruir dela. Porque está precisando. Aqui é cheio de pessoas fazendo atividade física, tem professores que trazem seus alunos.”

Além da academia, Silvana também acha que o local precisa de um espaço destinado às crianças, como um parque. “Tem alguns buracos aqui. Você vê que é desnivelado, o pessoal tropeça muito. Eu mesmo tropecei”.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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