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Capital

No local, há desde restos de alimentos a seringas descartadas

Nadyenka Castro | 12/01/2011 14:10
Seringa e equipo de soro e outros resíduos chegam a lixão improvisado.(Foto: João Garrigó)
Seringa e equipo de soro e outros resíduos chegam a lixão improvisado.(Foto: João Garrigó)

Lixo residencial, hospitalar, entulhos, carcaças de eletrônicos, restos de móveis e até de carne jogados em um matagal às margens do anel rodoviário, na BR-163, transformaram o local em um lixão irregular. Detalhe: o local fica em frente ao aterro sanitário municipal, onde é despejado oficialmente todo o lixo produzido pela população de Campo Grande.

O depósito de lixo paralelo acabou se transfomando em fonte de dinheiro para os adolescentes da comunidade Cidade de Deus, vizinha ao local, que recebem um “dinheirinho”, como dizem, para ajudar a retirar dos caminhões o que será despejado.

“Aqui não pode jogar lixo, mas é 24 horas o pessoal jogando. Chegam e despejam sem poder”, afirma a catadora de material reciclável Lucilene Camargo dos Anjos, 45 anos, que desde o ano passado vive na Cidade de Deus.

Lucilene mostra o lixão irregular. (Foto: João Garrigó)
Lucilene mostra o lixão irregular. (Foto: João Garrigó)

A atitude irresponsável de muita gente transformou a vegetação em uma espécie de lixão paralelo ao oficial. Tem de tudo: seringas, latas de alimentos, restos de móveis em madeira, lixo residencial, garrafas pets, sofás, carcaças de produtos eletrônicos, vidros e carne vermelha.

“Caminhão da empresa que coleta o lixo não joga aqui. São as outras pessoas”, diz um homem de 30 anos, que há 10 vive e trabalha no local, e que preferiu não se identificar.

Entre o lixo, estreitas ruas foram abertas. E são por elas que passam os veículos, na maioria caminhões, que despejam o material. “Não pode jogar nada, nem entulho. Fazem isso e fica o cheiro ruim”, declarou uma moradora que não quis se identificar.

Crianças- O despejo de lixo e entulhos é garantia de lucro para crianças e adolescentes. O flagrante feito pela reportagem do Campo Grande News na manhã desta quarta-feira retrata o que acontece diariamente.

Crianças penduradas em caminhão para ganhar um "troco". (Foto: João Garrigó)
Crianças penduradas em caminhão para ganhar um "troco". (Foto: João Garrigó)

Três irmãos: de 10, 11 e 15 anos, se penduraram na traseira de um caminhão carregado com galhos de árvores, se misturaram em meio a eles e assim seguiram até o local onde seria feito o despejo. “Vamos ajudar a descarregar”, gritou um deles. “A gente ganha um dinheirinho assim”, revelou o irmão.

Sobre quanto iriam ganhar, eles responderam que depende do motorista e do serviço. Eles afirmaram que estudam, mas estão em férias, e que é comum “ajudar” no despejo de lixo.

Antes do “serviço”, os três estavam sentados em frente à rua estreita e afirmaram que os pais estavam dormindo. Um deles chegou a pedir dinheiro para a equipe de reportagem.

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