Lixo próximo a duas creches incomoda moradores do Aero Rancho
300 crianças convivem com a sujeira dos matagais
No bairro Aero Rancho, um dos mais populosos de Campo Grande, dois terrenos baldios têm trazido preocupação e mau cheiro aos moradores. Na Rua Charlote, duas esquinas estão tomadas pelo mato, bem próximo a duas creches, onde cerca de 300 crianças são atendidas.
De um lado, o auxiliar de serviços gerais José Alves toma para si a tarefa de fazer a limpeza e sem ganhar nada por isso. Segundo ele, a altura em que o mato chegou serve de esconderijo para usuários de droga.
“O pessoal não é fácil, fuma droga, e tem criança por aqui, fica perigoso”, comenta.
Logo em frente, o problema é ainda maior. Mato alto, roupas e sapatos, restos de armários e construção, aparelhos eletrônicos e três sofás. Para andar por ali, só prestando muita atenção. A lista de itens descartados vai longe e o mau cheiro também.
A vizinhança afirma que são os próprios moradores dali e de bairros vizinhos que jogam o lixo. Na Associação do Aero Rancho, professores e as 200 crianças atendidas têm muito do que reclamar.
Para a professora Maria Dolores, o problema não é de agora. “Desde que o Aero Rancho é Aero Rancho já tem sujeira. Tem gente que vem de longe. É carro, carroça, tudo para jogar aqui, perto da gente”, fala.
A equipe do Campo Grande News flagrou um carroceiro levando entulho para o matagal, a irresponsabilidade parece ter virado parte do trabalho.
Pais de uma criança que frequenta a creche ao lado do terreno, Leidiane Delmondes e Devanir de Souza, lembram que a população precisa ter consciência. “As pessoas tem que ser mais responsáveis, faz mal para as crianças e para os moradores em geral. Tem rato, insetos, fica complicado”, destaca Devanir.
“Ali no matagal tem vários copinhos, se chove, enche de água, e fica ali. Eu já tive dengue, meu patrão já teve”, revela preocupado o vendedor autônomo Cícero Almeida.
De acordo com recreadores da creche, a situação fica ainda pior quando colocam fogo. “Esses dias mesmo atearam fogo 11 horas da manhã. Saímos fechando janela, porta, tudo”, ressalta Nancy Gonçalves.