Mãe envergonhada e namorada grávida: o legado do bandido morto
“Estou triste e com muita vergonha”. Foi assim que a aposentada Marinete Maria de Lima, 41 anos, desabafou durante o velório do filho, Alexandre de Lima Alves de Souza, 22 anos, morto na tarde de segunda-feira (3), durante assalto em ponto de ônibus, na Rua Marquês de Lavradio, região do Tiradentes, em Campo Grande.
Segundo a mulher, o rapaz estava procurando emprego e não consegue entender o que pode ter o levado a cometer assaltos. “Ele não era bandido e nem violento. Acredito que tenha sido um momento de bobeira. Hoje estou aposentada, mas sou trabalhadora e me coloco no lugar das vítimas. Sei o quanto é ruim trabalhar duro para conseguir as coisas e ser roubada por um bandido”, lamenta.
Durante a manhã, apenas a mãe, a namorada e os irmãos da vítima acompanhavam o velório. Sem querer se identificar, a namorada acha que está grávida de Alexandre. Mas, não tem certeza, porque ainda não fez exame.
“Nos conhecemos em fevereiro na escola e começamos a namorar. No sábado ele me mandou uma mensagem dizendo que havia conseguido emprego como vigilante. A gente ia se casar”, diz.
Tanto a namorada quanto a mãe não duvidam de que o rapaz estivesse roubando, mas não acreditam que Alexandre tenha sido violento. “Ele levou um tiro na cabeça”, reclama a namorada.
Nas redes sociais, a ex-namorada do jovem, Cris Stefanny, pediu ajuda aos amigos e familiares para fazer o funeral. Segundo ela, o velório ficou em R$ 2 mil e a família não tem condições de pagar.
Ficha criminal - Conforme a Polícia Civil, o rapaz era fichado desde 2012 por violência doméstica, porte de droga, estupro ocorrido na cidade de Coxim, injúria e vias de fato.
Ontem, o rapaz junto com um comparsa, que fugiu e ainda não foi identificado, tentou assaltar várias mulheres em um ponto de ônibus. O PM, que pertence ao Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) seguia para a casa de carro quando viu o assaltante tentando roubar.
O militar contou que se identificou como policial, mas o ladrão correu e que sacou um revólver calibre 38. O policial, então, disparou três vezes. Alexandre morreu no local.
