Militares do Exército recebem treinamento para missão de paz no Haiti

Militares do Exército, que atuam na área da Saúde, recebem treinamento nesta quinta-feira (11), para atuarem na Missão de Paz da ONU no Haiti. No total, são 20 homens e mulheres de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso que vão para a zona de conflito do país latino.

Na manhã de hoje, o treinamento foi de teoria e palestras, ministradas por militares que já serviram em missão no Haiti. Durante a tarde, será hora de colocar a mão na massa, com simulações de Evacuação Aero-Médico e de Operações Aeromóveis. O treinamento acontece no 3º Batalhão de Aviação do Exército, em Campo Grande.

Os militares foram selecionados em novembro e na próxima semana embarcam para Cuiabá, onde ficam por 20 dias para o treinamento final antes de serem enviados para a missão.

“Mapearam a cidade com regiões semelhantes ao Haiti, em relação também à situação social, e os militares passarão por situações semelhantes às que acontecem lá”, explica o comandante do 3º Batalhão de Aviação do Exército de Campo Grande, coronel Marcílio Muniz.

A capital mato-grossense receberá todos os militares brasileiros, no total 1300, que vão para o Haiti no próximo mês, a partir do dia 13. O treinamento será no 44º Batalhão de Infantaria de Cuiabá.

O tempo que antecede a ida dos militares para o Haiti é de preparação e ansiedade. Militar temporária, a 1º tenente Regina Raffaele, que trabalha como dentista no Hospital Militar de Campo Grande, foi selecionada para atuar na missão e garante que é um “up” para a carreira dela.

“Vestir a farda e ir representar meu país foi um presente que recebi do Exército”, enfatiza. Além da experiência profissional, ela acredita que a experiência irá agregar a ela valores humanos e espirituais. “Tenho certeza que não vou voltar a mesma pessoa de lá”, diz Raffaele.

O conhecimento dos veteranos, de quem já esteve na linha de conflito, foi essencial no treinamento. O 3º sargento José Antônio da Silva contou um pouco do que viveu em seis meses de missão no Haiti, e garante que foi o ápice da carreira.

“Cumprir o que fomos treinados para fazer, ajudar as pessoas, salvar vidas, é uma sensação indescritível”, expressa. Ele fez parte da segunda equipe enviada ao país depois do terremoto, em 2010, e atuou na missão como enfermeiro, no resgate de linha de frente.

Segundo o 3º sargento, o Haiti enfrente violência de gangues, conflitos políticos e ainda tenta se levantar do terremoto, que ocorreu em 2010.

O coronel Muniz, que também atuou no Haiti durante um ano, explica também que o foco da missão dos militares enviados é o próprio batalhão brasileiro, que fica no país para controlar as situações de conflitos, mas os militares da saúde também prestarão serviço à população haitiana.

A quipe de saúde que será enviada para o Haiti conta com profissionais como médicos, dentistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem.