Morador cria galinhas para impedir invasão de escorpiões no Caiçara
Morados reclamam de invasão de aracnídeo e de lixão
Morando no mesmo bairro há 25 anos, o cabeleireiro Laudemir Correa de Souza, 42 anos, nunca imaginou ter que criar galinha para combater invasão de escorpiões a sua residência. A ave se alimenta desta espécie de aracnídeo.
O cabeleireiro mora na avenida Rolim Moreira, divisa do bairro Caiçara com o União, em frente a um terreno que faz parte do complexo Buriti-Lagoa. Parte da área está tomada pelo mato e lixo. “Criar as galinhas no meu quintal foi o jeito que encontrei para me livrar desses bichos. Já encontrei um venenoso dentro do meu quarto”, disse.
Precavido, ele colocou a suas galinhas de estimação para ciscarem na entrada do quintal. “Eu faço o que posso. Tenho medo que alguém da minha família seja picado”.
De acordo com Laudemir, o problema começou após a desapropriação da área para a realização das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Lagoa. De acordo ele, moradores foram retirados e o terreno acabou abandonado pela Prefeitura. “ Aqui tinha casa de R$ 70 mil. Eles (Prefeitura) derrubaram tudo para deixar dessa maneira?”, reclamou.
O aposentado Antônio Simão, 68 anos, que mora na mesma avenida, conta que no mês passado teve que socorrer um vizinho que foi picado por escorpião. “Tive que socorrer ele às pressas para o posto de saúde. Foi uma correria só”.
Ele conta que ainda tentar manter limpo o pedaço do terreno que fica na frente da sua casa. “ Pode ver que aqui está limpo. Eu limpo todos os dias para evitar que o acumulo de sujeita. O duro é que o terreno é grande e está cheio de lixo e mato”, reclama.
Para ele , a Prefeitura tem que tomar uma providência e limpar toda a área. “ Tiraram o pessoal daqui para deixar isso aqui virar um lixão?”, questiona.
Se não bastasse a invasão de escorpião, os moradores afirmam que o local está tomado por ratazanas e baratas. “Minha casa já foi invadida por um monte de rato. Eles tomaram conta da rua depois de uma chuva rápida que caiu aqui. Eu e minha mulher tentamos matá-los, mas eram muitos, um maior que o outro”.
Outro problema enfrentado pelos moradores, é o lixão que se tornou o terreno que fica no cruzamento da avenida Petrópolis com a Marginal Lagoa, via inaugurada recentemente. Segundo Laudemir, todos os dias, ateiam fogo no lixo acumulado e a fumaça toma conta de toda a região. “ Tem dia que é insuportável ficar na minha casa. A gente nem consegue respirar direito por conta da fumaça”, reclamou.
O contador Antônio Alves, 51 anos, faz caminhada diariamente na região e disse que a culpa é dos moradores que jogam o lixo no terreno. “Ficou uma obra bonita aqui e as pessoas fazem isso. Elas deviam ter consciência e responsabilidade”.
Hoje pela manhã a reportagem do Campo Grande News esteve no local e constatou o problema. Um amontoado de lixo estava pegando fogo e a fumaça produzida estavam atrapalhando os condutores que transitavam na região.
Os moradores querem que a prefeitura termine a obra e faça uma limpeza no terreno e o transforme em uma área de lazer.