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Capital

Moradores do Universitário dizem que ano foi recorde em assaltos

Motivo seria nova rodoviária instalada na região

Ana Maria Assis | 16/12/2010 15:19
Expedito diz que a esposa foi assaltada às 7h da última segunda-feira (13), no portão de casa.
Expedito diz que a esposa foi assaltada às 7h da última segunda-feira (13), no portão de casa.

Morador da região do Bairro Universitário, desde os cinco anos de idade, Espedito Montebranco, 40, está revoltado com dois assaltos à sua família em poucos dias. Sua esposa foi assaltada às 7h da última segunda-feira (13), no portão de casa, e a filha de 16 anos, dias atrás, passou pelo mesmo transtorno ao ir à missa que fica a poucas quadras da residência. Para Espedito, depois que o Terminal Rodoviário Senador Antonio Mendes Canal começou a funcionar, a violência tem aumentado a olhos vistos.

A equipe do Campo Grande News visitou a casa de Espedito e, ao chegar ao local, ele acabava de instalar um sistema de alarme no imóvel, a fim de se proteger da onda de assaltos. “Primeiro minha filha, depois minhas esposa, e ainda, quando conto o que aconteceu aos vizinhos eles revelam outras histórias, todas de casos que ocorreram depois da vinda da nova rodoviária”.

Espedito conta que além dos assaltantes, a prostituição toma conta das ruas do bairro. “A antiga rodoviária tinha tudo isso, mas era na área central e tinha também um grande fluxo de pessoas e maior atenção da polícia. Tudo o que tinha de ruim veio para cá, menos o policiamento e a maior atenção com a segurança, reclamou lembrando também dos usuários de drogas que perambulam pelas ruas.

Ator, diretor e design de iluminação, Espedito conta que construiu a casa com carinho, que ele mesmo foi quem desenhou e cuidou de cada detalhe enquanto ela estava sendo construída. “Eu tenho apego a esta casa, não quero ter que vender o imóvel como muita gente está fazendo. Mas é horrível ter que viver trancado e com medo”, disse ele. No momento do assalto à esposa, Espedito escutou os gritos e foi até a porta da casa, o bandido chegou a apontar a arma para ele, mas acabou fugindo.

Conforme Espedito, ele ligou para a polícia, mas não conseguiu atendimento a tempo. “Eu liguei, mas eles pedem tanta informação que até virem aqui o cara já tinha ido para longe”. Espedito mostrou ao Campo Grande News o matagal que pode ser usado pelos bandidos para facilitar a fuga. “Vários assaltos acontecem, mas eles conseguem fugir, porque há muitas chácaras na região e ainda, um matagal enorme atrás da rodoviária”, explicou.

Casa à venda no bairro, por conta da criminalidade.
Casa à venda no bairro, por conta da criminalidade.

Revolta Geral - Enquanto a equipe do Campo Grande News estava em frente à casa de Espedito, o senhor Nilton da Silva, 70 anos, parou para também reclamar da insegurança no Bairro Universitário.

Um dos moradores mais antigos, ele comprou sua casa no local em 1968, e diz nunca ter ficado sabendo de tantos assaltos em um intervalo tão pequeno de tempo. “No último sábado, duas motos foram roubadas durante o dia em um bar de esquina. Chamamos a polícia, mas ou demora, ou não vem. Por causa do natal, tem policiamento na Rua Pontalina, que tem comércio, mas as outras ruas estão esquecidas”, afirmou.

Valmir Galvão, 43 anos, mora quase em frente à casa de Espedito, e chegou a colocar uma lâmpada refletora na sua casa após os assaltos à família do vizinho. “Nós ficamos desconfiados, mesmo porque, depois que eu coloquei a lâmpada, um desconhecido suspeito já veio reparar aqui e ainda comentou que antes não tinha refletor aqui. Tenho dois filhos, e um deles vai ter que estudar a noite no ano que vem, a insegurança é grande”.

Espedito e seus vizinhos lembraram de assaltos recentes ocorridos nas ruas Brigadeiro Thiago, Danda Nunes e Carlos Ferreira. Eles também mostraram ao Campo Grande News as diversas pichações que têm sido feitas em imóveis do bairro, supostamente para demarcar espaços das “gangues”.

Dono de bar contou que já chegou a trocar tiros com bandidos logo que a rodoviária passou a funcionar.
Dono de bar contou que já chegou a trocar tiros com bandidos logo que a rodoviária passou a funcionar.

Dono de um estabelecimento na região, Valdenor Guerra, 49 anos, contou que já chegou a trocar tiros com bandidos logo que a rodoviária passou a funcionar.

“Fico armado 24 horas, e quando chegaram aqui de moto pra tentar assaltar, apontaram a arma pra mim. Acabamos trocando tiros e ele fugiu”, contou o morador.

Segundo Espedito, os assaltos costumam acontecer com condições parecidas: à mão armada e com o objetivo de roubar seja o que for, desde celular, dinheiro, ou até o carro, como foi o caso de sua esposa. “Uma bateria de caminhão é muito pesada, e até isso na minha rua chegaram a tentar roubar de um vizinho caminhoneiro”.

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