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Capital

Moradores invadem reserva e ambientalista pede remoção

Filipe Prado | 29/03/2014 13:43
Os moradores comentam que a favela vem aumentando (Foto: Marcos Ermínio)
Os moradores comentam que a favela vem aumentando (Foto: Marcos Ermínio)

Preocupado com área invadida no Jardim Colorado, ambientalista pediu para a Prefeitura de Campo Grande realocar moradores de nova “favelinha”, às margens do Rio Anhanduí. Coordenador do Fórum de meio ambiente e desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul, Haroldo Martins Borralho afirmou que o local é uma área de tratamento de esgoto e teme que as pessoas fiquem doentes.

De acordo com o pedreiro Claudir Santos Nunes, 28 anos, a invasão começou há cerca de 12 anos. "Eu estou há dois anos, mas tem gente que tem mais”, contou.

Ele relatou que eles não possuem a escritura dos terrenos. “Nós temos somente um contrato de compra e venda, registrado em cartório", disse o pedreiro. Claudir comentou que a esposa possui cadastro na Agehab (Agência de Habitação Popular) há mais de cinco anos e tem esperanças de sair da área.

A maior preocupação do ambientalista é que os moradores peguem doenças, por conta da estação de tratamento. “Não é culpa da empresa, mas os moradores do local podem pegar hepatite, diarreia, entre outras doenças”, ponderou Haroldo.

Segundo o aposentado Hélio Livrado do Santos, 67, que reside há quatro anos na área, muitos moradores novos se instalaram no terreno. “Desde que eu moro aqui, percebi que tem aumentado o número de pessoas" afirmou.

Alguns moradores chegaram a pagar R$ 5 mil pelo lote, como a dona de casa Thaiza Dias Moura, 18. “Todos aqui pagaram, mas o preço varia de acordo com o terreno. Uns pagam mais e outros menos”, comentou.

Na área há cinco anos, o servente de pedreiro Fernando Lima Souza, 24, precisou reconstruir a sua casa, após um incêndio que a destruiu no último sábado (22). Ele ainda tem esperanças de que possa conseguir uma casa em algum programa social. “Minha esposa está cadastrada na Agehab há três anos, mas ainda não conseguimos", lamentou.

De acordo com Haroldo, os moradores deveriam ser realocados para outros lugares. “Eu acho que eles deveriam ser removidos e incluídos em programas sociais da prefeitura. E isso tem que ser feito de imediato”, defendeu.

Ele contou que na próxima reunião do fórum será discutida uma forma de fazer um levantamento em todas às margens de córregos para que não ocorra o mesmo problema. “Eu acho que isso é falta de conhecimento da prefeitura, cabe a nós, sociedade civil, alertar, para que isso não se prolifere”, explicou Haroldo.

Mesmo sem a escritura, os moradores não tem medo de perder as casas (Foto: Marcos Ermínio)
Mesmo sem a escritura, os moradores não tem medo de perder as casas (Foto: Marcos Ermínio)
Claudir tem cadastro na Agehab e tem esperança de sair do local (Foto: Marcos Ermínio)
Claudir tem cadastro na Agehab e tem esperança de sair do local (Foto: Marcos Ermínio)
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