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Capital

Páscoa só é doce em comunidades pobres quando a ajuda chega

Luciana Brazil | 31/03/2013 10:20
Sem brinquedo, o ovo de Beatriz continua inteiro. (Fotos: Vanderlei Aparecido)
Sem brinquedo, o ovo de Beatriz continua inteiro. (Fotos: Vanderlei Aparecido)

Nas comunidades carentes de Campo Grande, como no bairro Dom Antônio Barbosa, a Páscoa não é recheada de ovos de chocolate, como as crianças geralmente desejam. Com dificuldade financeira e vivendo com muito pouco, os pais nem sempre conseguem garantir o símbolo desta data.

A sorte é que padrinhos, tios e avós entram em cena para não deixar o dia passar em branco. É o que acontece na família da dona de casa Ariane Suene da Silva, 29 anos, mão de Stephani, 4 anos, e Leonardo de 6 anos. “Os meus irmãos é que deram os ovos no começo da semana, porque se dependesse do meu marido, a gente não tinha condições e eles iam ficar sem”.

Como criança não aguenta esperar, Stephani e Leonardo já tinham dado fim aos ovos, e na manhã de hoje tinha muito pouco para contar história. Mas o que vale, segundo Ariane, é que a data não ficou sem comemoração.

Em outra casa, também no Dom Antônio, a menina Beatriz, de 5 anos, não liga para o chocolate, tanto é que o ovo, presente do padrinho, ainda estava inteiro. A reclamação, sem cerimônia, foi a ausência do brinquedo. “É ovo caseiro, ela não gostou porque veio sem brinquedo”, contou a mãe Eliane Ruiz Dias, 21 anos.

Na casa de Ariane, os filhos e sobrinhos mostram om pouco que sobrou dos ovos que ganharam de presente.
Na casa de Ariane, os filhos e sobrinhos mostram om pouco que sobrou dos ovos que ganharam de presente.
Para as irmãs Juliana e Ariane os ovos só chegam com a ajuda de parentes.
Para as irmãs Juliana e Ariane os ovos só chegam com a ajuda de parentes.

Os cristãos foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa para simbolizar a ressurreição de Jesus e o nascimento para uma nova vida. Mas para a criançada, não tem conversa sobre a real importãncia da data. O que elas querem é presente.

Com um sorriso fácil, Beatriz aproveita e deixa claro o que gostaria de ganhar hoje. “Queria ganhar o ovo da Tortuguita, que vem com brinquedo”.

Mãe de mais uma menina de 2 anos, Eliane lamenta não poder dar o ovo. “A gente não tem condição nenhuma de comprar. É quase R$17 o ovo que ela quer. Eu disse que ela tem que esperar o meu dinheiro do Bolsa Família chegar, mas é só no dia 18. Se até lá ainda tiver, eu compro pra ela”, disse a mãe, confortando a menina.

A irmão da Ariane, Juliana Suene da Silva, 26 anos, lembra que suas duas filhas, Julia, 3 anos, e Giovana de 8 anos, ganharam os ovos de parentes na semana passada e hoje só vão ter ovos se algum “coelhinho” fizer uma boa ação.

“Tem bastante gente que ajuda e nessas datas vem aqui para dar ovo para as crianças. Tomara que hoje venham. Quando acaba a Páscoa, as crianças já estão pensando no dia das crianças e depois já ficam esperando o Natal. É assim”.

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