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Capital

Polícia indicia cerca de 100 pessoas por fraude em contas de energia elétrica

Segundo a polícia, leiturista lucrava cerca de R$ 10 mil por mês com fraudes

Luana Rodrigues | 31/08/2016 09:25
Leiturista reduzia o valor do consumo de imóveis em troca de dinheiro (Foto: Reprodução/Energisa)
Leiturista reduzia o valor do consumo de imóveis em troca de dinheiro (Foto: Reprodução/Energisa)

A Polícia Civil já indiciou cerca de 100 pessoas por envolvimento num esquema que fraudava medição de energia elétrica em Campo Grande. A fraude foi descoberta em maio deste ano, quando dois leituristas foram presos. A polícia acredita que mais de 29 mil quilowatts teriam deixado de ser computados. O inquérito ainda não foi encerrado, por tanto mais envolvidos podem ser indiciados.

Conforme o delegado responsável pelo caso, João Reis Belo, da 5ª Delegacia de Polícia Civil, desde que o caso foi descoberto, pelo menos duas pessoas são indiciadas por dia por participação na fraude.

Os indiciados são consumidores que teriam pago para que os leituristas alterassem os valores de consumo de suas residências e/ou estabelecimentos comerciais.

No dia 12 de maio, Daniel Ramires, que era leiturista terceirizado da Energisa - concessionária do serviço, foi preso depois que funcionários desconfiarem que o supermercado de Galdino, no bairro Ramez Tebet, região sul da Capital, consumia pouca energia.

O sistema inteligente de combate a perdas da companhia esperou Daniel ir até o local efetuar a leitura para constatar a manipulação. Após sair do estabelecimento, o homem confessou que recebia R$ 200 para alterar os dados.

A unidade consumidora do supermercado registrava todos os meses o consumo de 600 kW, sendo que no local eram consumidos 2 mil KW. Aproximadamente 29 mil KW deixaram de ser computados nas leituras feitas no supermercado.

Durante a investigação, mais de 47 contas adulteradas foram encontradas na casa de Daniel, e a polícia acredita que as pessoas pagavam entre R$ 50 a R$ 1.000 para que o leiturista fizesse a redução no consumo de energia.

De acordo com o Reis Belo, o leiturista afirmou ter recebido entre R$ 7,5 mil e R$ 8 mil com os acordos. Mas a polícia acredita que o homem tenha recebido até R$ 10 mil por mês para fazer a manipulação dos dados. Ele trabalhava há 12 anos fazendo as leituras nos imóveis.

Ainda conforme o delegado, o funcionário pode responder por corrupção passiva e os clientes por corrupção ativa, por oferecer valor a funcionário público para obter vantagem indevida. A pena para os crimes é de dois a 12 anos de prisão e multa. 

Em nota, a Energisa disse "não compactuar com esse tipo de conduta em seu quadro de funcional ou no de empresas contratadas", e que "preza pela atuação dentro das normas vigentes com foco na qualidade dos serviços prestados". Denúncias podem ser feitas pelo telefone 0800 722 7272.

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