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Capital

Policiais se juntaram para contratar advogado e tirar 'Coreia' da prisão

Acusado de matar empresário com cinco tiros, Ricardo Hyun Su Moon de 47 anos, está preso desde a última quinta-feira (5)

Luana Rodrigues | 09/01/2017 15:59
Ricardo Hyun Su Moon dentro de viatura policial no dia da morte do empresário (Foto: Simão Nogueira / Arquivo)
Ricardo Hyun Su Moon dentro de viatura policial no dia da morte do empresário (Foto: Simão Nogueira / Arquivo)

Colegas de trabalho estão ajudando o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, a deixar a prisão. O processo que investiga os crimes pelos quais o policial responde está em segredo de Justiça. A informação é do advogado de defesa dele, Renê Siufi, que assumiu o caso na sexta-feira (6). 

Segundo Siufi, foram amigos de Moon que o procuraram para fazer a defesa do policial, perante as acusações de homicídio. “Eles estejam ajudando ele, mas não sei até que ponto”, disse o advogado, que preferiu não dar detalhes sobre “apoio” que Moon tem recebido. 

Em mensagem de texto que circula pela internet, também fica clara a hipótese de que o policial esteja sendo ajudado por colegas de trabalho. No texto, compartilhado em grupos de WhatsApp, o autor conta uma versão contada por Moon, afirmando que aqueles acreditam que ele tenha agido por legítima defesa precisam “ajudá-lo”.

“Moon não tem recursos financeiros, nem seus parentes que aparentemente não estão mais no Brasil. Só lhe resta Deus e a família PRF. Por isso, nós que estamos convictos da legítima defesa, decidimos estender a mão a esse amigo”, escreveu.

Para o autor da mensagem, o policial matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, com cinco disparos “embutido de senso de dever cívico e da responsabilidade de evitar dano maior à sociedade e aos ocupantes do veículo, dando voz de prisão ao condutor por estar conduzindo em visível estado de embriaguez”.

Ainda conforme a mensagem, “O colega (Ricardo) deu o maior azar de toda a história e só porque tinha em seu caráter a necessidade de não permitir que o condutor viesse a causar dano à sociedade, que acabou crucificando ele”, escreveu.

O texto ainda desqualifica as testemunhas que viram Adriano bater o carro em um poste após ser atingido por cinco tiros. “O motorista foi atingido por cinco dos sete disparos, mas acelerou ao máximo e veio a colidir em frente ao velório de um assassino de um PM que foi caçado por policiais militares. Velório de criminoso tem parentes de criminoso e mais criminosos... Essa é a fonte principal de testemunhas do caso”, relata.

Para o autor do texto, a comoção pública e a mídia são as culpadas pela prisão do policial. “Após a prisão de Moon, a comunidade LGBT e familiares do criminoso que estavam no velório, começaram a encher as redes sociais e a mídia eletrônica da cidade com versões cinematográficas de perseguição [...] A comoção pública no dia da virada do ano foi incendiada e a mídia local viu um prato cheio para obter leitores. Essa mídia viciada e desinformada que escreve o que bem entende sem medida de consciência e consequências”, considera.

O Campo Grande News procurou a PRF (Polícia Rodoviária Federal) para saber se a mensagem tem alguma ligação com a instituição, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta.

Ricardo está preso preventivamente desde a última quinta-feira (5), na sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e estava sendo “assessorado” pelo advogado Bento Adriano Monteiro Duailibi, do Sinprf-MS (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul).

Na sexta, ele trocou de advogado e agora está sendo defendido por Siufi. O Sinprf também foi contatado pela reportagem, para explicar que tipo de apoio está dando a Moon, mas a princípio a informação de uma atendente foi de que o presidente do sindicato não estava e não havia ninguém no local para dar entrevistas, depois, mais tarde, as ligações não foram atendidas.

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