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Capital

Professores decidem por greve apenas 17 dias após início das aulas

Natalia Yahn | 04/03/2016 09:00
Aulas nas escolas da rede municipal começaram no dia 15 de fevereiro. (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)
Aulas nas escolas da rede municipal começaram no dia 15 de fevereiro. (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)

Apenas 17 dias após o início das aulas nas 94 escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino), de Campo Grande, os professores já decidiram iniciar uma greve a partir do dia 15 de março.

A decisão da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) – divulgada ontem (3) – , segue adesão nacional nacional, e por isso a greve vai acontecer durante três dias. “Para nós será greve e não paralisação, entre os dias 15 e 17 de março. Vamos fazer uma passeata, estaremos na Câmara Municipal e também teremos uma assembleia geral. A Lei Municipal n° 5.411/14 não está sendo cumprida, o professor tem que ser valorizado”, afirmou o presidente da ACP, Lucílio Souza Nobre.

O ano letivo para os 95 mil alunos das escolas municipais teve início no dia 15 de fevereiro e a greve esta marcada para acontecer apenas um mês após o começo das aulas. No ano passado a greve da categoria durou 77 dias, aconteceu entre 25 de maio e 24 de agosto. “Não queremos que chegue a este ponto de estrangulamento, com greve, passeatas. Isso prejudica todo mundo, mas até agora só os professores são prejudicados, pois não recebemos a correção do piso devido”, disse Nobre.

Ele afirmou ainda que na segunda-feira (29), a Administração Municipal sinalizou a apresentação de uma proposta em um prazo de dois dias, o que não aconteceu. “Esperamos até ontem (3), mas o prazo terminou na quarta-feira (2) para uma posição concreta. O gestor público não pode tratar nenhuma categoria desse jeito”, afirmou o presidente da ACP.

Pedido – A principal reivindicação da ACP é o pagamento do piso nacional que hoje é de R$ 1.697,37 para 20 horas semanais de trabalho – atualmente o valor é pago para 40 horas semanais. “O município estabeleceu isso. Colocar na mídia e não fazer nada não vai resolver o problema”, disse.

Os professores da Reme pedem 11,36% de reajuste relativo sobre os rendimentos mensais desse ano, além de 13,01% referente ao ano de 2015, quando o reajuste não foi oferecido para os professores, desrespeitando, segundo eles, o piso salarial da categoria estabelecido em lei municipal.

Ontem a Prefeitura de Campo Grande afirmou que não concederá o reajuste aos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino). O anúncio foi feito durante intervalo comercial nessa noite, na TV Morena. Na propaganda, o salário médio dos professores da Capital é comparado ao pago em todo o Brasil e pela Rede Estadual. Segundo o publicado, o salário em Campo Grande é o maior de todos.

No País, o piso apresentado é R$ 2,1 mil para 40 horas de trabalhado semanal, enquanto o pago pelo Governo do Estado fica na faixa dos R$ 4,7 mil para o mesmo período. Em Campo Grande, a Reme paga R$ 5 mil para 40 horas, explica a prefeitura durante o informe.

"Campo Grande está se recuperando, mas ainda não é possível aumentar salários sem afetar outros serviços. Estamos fazendo todo o possível de ser feito", frisou o anúncio, que além da comparação salarial, usou a atual situação financeira do município como argumento para não conceder o reajuste.

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