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Capital

Reprodução simulada ajudou a esclarecer morte de taxista após show no Morenão

Ana Paula Carvalho | 14/10/2011 18:12
Laudo identificou detalhes da morte de taxista. (Foto: Pedro Peralta)
Laudo identificou detalhes da morte de taxista. (Foto: Pedro Peralta)
Taxista teve perfuração na parte de cima da cabeça (Foto: Pedro Peralta)
Taxista teve perfuração na parte de cima da cabeça (Foto: Pedro Peralta)

Na tarde desta sexta-feira (14) os peritos criminais Rui Rodrigues e Amilcar da Serra Silva Netto e o delegado Weber Luciano de Medeiros , responsável pela investigação do assassinato do taxista Daniel Manoel Dudu, apresentaram a reprodução simulada da morte do trabalhador.

Foi essa reprodução que ajudou a esclarecer dúvidas sobre o crime cometido por Wesley Oliveira dos Santos, de 18 anos, na manhã do dia 26 de agosto deste ano durante uma corrida após um show no estádio Morenão. Ele disse a Polícia que atirou no taxista porque ele fez um gesto como se estivesse pegando uma arma. Com a simulação ficou claro que o taxista não teve tempo de reagir, e que foi atingido no momento que descia do carro.

“Isso foi possível identificar porque o tiro entrou na parte de cima da cabeça. Não tinha como ter entrado assim se ele estivesse pegando a arma”, afirma o delegado. Os laudos vão ajudar a Justiça durante o julgamento.

Além do ferimento feito pelo disparo, Dudu, por conta da queda, teve ferimentos na face.

O inquérito foi encerrado no dia 15 do mês passado. A reconstituição aconteceu um dia antes e teve a participação de quatro peritos criminalistas, testemunhas, Corpo de Bombeiros, a adolescente, namorada de Wesley, o delegado e quatro investigadores de polícia.

O caso - O crime aconteceu quando ele e a namorada, que está internada na UNEI Estrela do Amanhã retornavam para casa após terem passado a noite do dia 25 e a madrugada fora.

Segundo o rapaz, enquanto sua namorada assistia ao show que era realizado no estádio Morenão, ele ficou do lado de fora fazendo uso de entorpecente, “cheirando pó”, nas palavras dele, e ingerindo bebidas alcoólicas.

Ao fim do evento, o casal entrou no táxi e pediu corrida até o bairro onde moram. Lá, Daniel foi morto. Segundo a Polícia Civil, os jovens não tinham dinheiro para pagar o serviço. Na primeira versão de Wesley, o trabalhador xingou sua namorada.

Manoel chegou a ser socorrido e levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Versão do autor- De acordo com a Polícia Civil, o jovem disse que tinha no bolso R$ 20 e a corrida custou R$ 48. Diante disso, falou para o taxista que iria em casa pegar o restante do dinheiro.

Na versão dele, o trabalhador aceitou, mas na condição de que a garota esperasse dentro do carro. E assim foi feito.

Além do dinheiro, Wesley também pegou a arma de fogo, que, segundo ele, é utilizada para defesa pessoal, pois tem desafetos no bairro. Ao chegar no veículo, flagrou Daniel xingando a adolescente.

Alegando que não admite ofensas à mãe da filha dele, Wesley e o taxista discutiram. Na versão do autor, Daniel saiu do veículo e fez menção de estar armado. Foi quando Wesley virou de costas e disparou dois tiros, os quais acertaram a cabeça de Daniel. A Polícia Civil não acredita nesta versão do autor.

Fuga - Após os disparos, o assassino do taxista conta que fugiu em uma bicicleta e foi para a casa da avó, que foi quem contou a ele que Daniel havia morrido.

Conforme Wesley, após isso, ele foi para um matagal próximo à UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde ficou escondido por dois dias. Os últimos 10 ficou na chácara, onde um amigo do tio dele trabalha como caseiro.

O delegado responsável pelas investigações, Weber Luciano de Medeiros, conta que viu Wesley pescar, ingerir bebidas alcoólicas, demonstrando estar tranquilo. Segundo o delegado, o jovem poderia fugir em meio ao mato ou pelo rio e por isso foi feito monitoramento das atividades dele e diante disso traçada a estratégia de prisão.

A arma utilizada no assassinato ainda não foi localizado. Wesley disse que a jogou nas proximidades de sua casa.

Wesley tem várias passagens pela Polícia quando era adolescente, entre elas tráfico, roubo e lesão corporal.

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