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Capital

Se bem cuidados, pit bulls não fazem mal a ninguém, garantem donos

Adriano Fernandes | 23/02/2017 17:50
Karen e Mel em visita ao Asilo São João Bosco, em Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Karen e Mel em visita ao Asilo São João Bosco, em Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mel tem sete anos e, segundo a dona, chega ser cômico o jeito dócil da cadela. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mel tem sete anos e, segundo a dona, chega ser cômico o jeito dócil da cadela. (Foto: Arquivo Pessoal)

O ataque de um cão pit bull a uma jovem de 19 anos, na noite de quarta-feira (22) no Jardim Mansur, em Campo Grande, mais uma vez levanta a discussão sobre o comportamento agressivo dos animais da raça.

Na página do Campo Grande News no Facebook, por exemplo, passa de 260 o número de comentários no embate entre os que defendem os animais e aqueles que ainda consideram a raça “assassina”. Tem quem opine que o animal “deveria ter sido morto” por não ser “dos mais bonzinhos”, para evitar que o incidente se repita.

Há também comentários daqueles que culpam o dono e não o animal ou até postam fotos fofas de cães da raça ao lado de crianças e até de óculos. Mas, se a questão ainda gera polêmica, entre os criadores da raça o consenso é de que o que define o temperamento de um pit bull é a forma como são criados, assim como o cão de qualquer raça. 

Seus cuidados vão muito além de mantê-los bem alimentados. Eles precisam de espaço, são exigentes de atenção e carinho e, quando bem tratados, são dóceis seja com crianças ou idosos, como mostram os donos.

A Mel, de sete anos, por exemplo, é o xodó da administradora Karen Campagnoli, de 32 anos, e até foi visita inusitada no Asilo São João Bosco em Campo Grande. Já visitou, além do asilo, hospitais e orfanato pelo projeto Patinhas Solidarias.

Para a administradora, o que define a natureza da raça é sem dúvida a criação. Mas, a preocupação quanto a linhagem da raça também é importante.

“Saber se os pais do animal são menos agressivos, também conta para que ele seja mais dócil. Mas não é regra. A forma como ele é criado pelo dono é o mais importante”, comenta. E ela até pontua os cuidados mais importantes quanto ao animal.

“Eles precisam ter um bom espaço, ter sempre o contato com gente, crianças e não serem mantidos sempre presos para não se estressar, além de cobrarem muito carinho”, comenta. Outro tabu que a administradora esclarece quanto aos pit bulls é quanto a convivência do animais com outras raças.

Em sua residência Karen ainda tem os outros dois bull terriers do namorado, raça derivada do pit bull e igualmente temida. “Tenho em casa duas raças consideradas assassinas mas que convivem super bem. Nunca brigam. A Mel é extremamente dócil, chega ser cômico o quanto ela é querida e mansa”, defende.

Diante do incidente com a jovem de 19 anos, a opinião da administradora é que o animal talvez não esteja acostumado com o contato diário com outras pessoas ou ao próprio estresse do animal.

Filho de Júlico César brincando com os filhos ma última ninhada da Mag. (Foto: Arquivo Pessoal)
Filho de Júlico César brincando com os filhos ma última ninhada da Mag. (Foto: Arquivo Pessoal)

“O pit bull precisa de contato com o ser humano. Se o cão fica muito isolado, não vê gente ele tende a estranhar uma pessoa desconhecida e ter um atitude agressiva”, conclui. 

Em casa, o gerente de factoring Julio César Consalter, de 36 anos, tem o casal Mag e Panetonne. Ele também afirma que o que define a agressividade de um pit bull é a forma como ele é criado e também acredita que o contato, desde filhote com outras pessoas além do dono, é fundamental.

“Esse tipo de animal não pode ficar preso o dia todo. Precisa ser levado para passear para se acostumar coma presença de outras pessoas, além de ter muito espaço em casa. Se você bate muito no animal, não põe ele praticar nenhum exercício ele fica estressado e agressivo”, comenta.

Ele ressalta que apesar de uma natureza agressiva, quando tratado com carinho o comportamento do animal deixa de condizer com a má fama. “Eles tem mesmo um porte sempre musculoso, tem uma genética forte mas a forma como eu criei eles, faz com que eles hajam como se nem fossem pit bulls. Meu filho monta no meu cachorro e até brinca com os filhotes da Mag. Meus cachorros nunca atacaram ninguém", conta.

O Campo Grande News esteve esta tarde na residência do rapaz de 20 anos, dono do pit bull que atacou a jovem, no entanto ele não quis falar com a reportagem. O animal estava na residência, desta vez, preso.

O caso – A jovem de 19 anos sofreu ferimentos graves após ser atacada por um pit bull, no ponto de ônibus, por volta das 19h, desta quarta-feira (22) na Rua Luiz Charbel, no Jardim Mansur, em Campo Grande.

"Ele me mordeu a primeira vez e caiu, mas pegou impulso e grudou novamente. Pegou na minha bochecha e na parte de trás da minha cabeça”, disse a vítima em entrevista ao Campo Grande News.

Ela aguardava o ônibus de transporte urbano, quando foi atacada pelo cachorro, que escapou de uma residência enquanto o jovem entrava na garagem. Ao ver o ataque, um PM entrou na frente da moça e conseguiu afastar o cão sem precisar atirar no animal. Em seguida, o proprietário do pitbull recolheu o cachorro e o levou para a casa.

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