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Capital

Sem comer e falar, paciente sofre há dois meses à espera de diagnóstico

Aline dos Santos e Jéssica Benitez | 25/04/2013 12:30

Longe de casa e com um tumor no pescoço que lhe impede de comer e falar, o aposentado Antônio Soares Macedo, de 58 anos, paciente do Hospital do Câncer de Campo Grande, espera desde fevereiro por resultado de exame para começar tratamento.

A história triste de corredor de hospital foi denunciada nesta quinta-feira aos membros da Comissão de Saúde da Câmara Municipal. Ao avistar os vereadores, que visitaram o hospital, o pedreiro Ailton Soares Macedo, de 44 anos, relatou o drama do tio.

O sobrinho foi hoje ao hospital para saber por qual motivo Antônio teve alta na segunda-feira, mesmo sem conseguir falar e se alimentar. Após ser abordado por Ailton, o vereador Ademar Vieira Júnior (PSD), Coringa, questionou ao médico Felipe Mendes o motivo de o paciente ter tido alta naquelas condições.

“Se a gente atender todo paciente que aguarda exame, eu vou ter que pegar a sua casa emprestada para interná-lo”, respondeu o médico ao vereador.

Antônio Macedo mora em Bodoquena e deu entrada no hospital em 25 de fevereiro. Ele passou por procedimento de biópsia. Como não foi suficiente para ter um diagnóstico, novo exame foi realizado em 13 de abril. Desta vez, o exame seguiu para São Paulo. Com a intervenção dos vereadores, a promessa é de que o resultado saia hoje.

A manicure Márcia Regina Almemara, de 41 anos, também reclamou do atendimento. Ela fez cirurgia há 43 dias para retirada do útero e dois cistos. “É a terceira vez que volto depois da cirurgia e sempre sou atendida por médicos diferentes. Cada hora é um residente”, reclama.

Hoje, muitos pacientes chegaram às 5h e quatro horas depois ainda não tinham sido atendidos. Os vereadores Paulo Siufi (PMDB), Coringa e Luiza Ribeiro (PPS) foram recebidos pela secretária-executiva da Fundação Carmem Prudente, Ana Cristina Rodrigues Souza. Não havia representante da nova direção.

De acordo com Ana Cristina, a obra de ampliação do hospital está em curso e o governo do Estado repassa R$ 250 mil por mês, ao todo, serão 9 milhões. Já o SUS(Sistema Único de Saúde) repassa R$ 1,3 milhão. A unidade atende duas mil pessoas por mês, com a realização de 9 mil procedimentos mensais. Uma auditoria é realizada na unidade.

Conforme a secretária-executiva, as doações voltaram ano normal, mas, em março, mês da Operação Sangue Frio, realizada pela Polícia Federal, a queda foi de 30%. Durante a vistoria, os vereadores só localizaram um médico. Os demais estariam em atendimento. Para Siufi, presidente e médico da comissão, a falta do profissional responsável é uma falha grave.

Siufi vai convidar o diretor-presidente do Hospital do Câncer, Carlos Coimbra, para apresentar na Câmara relatório sobre a nova gestão. A administração encontrou dívida de 17,7 milhões ao assumir a gestão em março. A outra direção foi afastada após operação da PF e decisão judicial.

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