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Capital

Sem pai e mãe, menino foge de abrigo e pede à Polícia para voltar

Aline Queiroz e Ricardo Campos Jr. | 12/02/2011 11:43

Garoto não sabe ao certo quais os antecedentes criminais dos pais

“Eu nunca vi meu pai. Minha avó disse que era ladrão de banco. Minha mãe está presa. Acho que vendia droga porque um dia eu ouvi falar de droga no telefone”, conta um menino de 14 anos que fugiu do abrigo onde estava internado. Sem os pais, ele ligou para a Polícia e pediu para voltar ao abrigo.

Cabeça baixa e os olhos tristes do menino são características marcantes do adolescente que foi encontrado ontem à noite em um posto de combustíveis no Bairro Buriti. Ele pediu à funcionária do estabelecimento para ligar à PM (Polícia Militar) porque queria voltar ao abrigo de onde havia saído ontem de manhã.

Ele conta que com outros três amigos saiu do abrigo e foram nadar no córrego do Bairro Buriti. Os meninos passaram o dia na rua e, à noite, o adolescente preferiu voltar.

A Polícia Militar encaminhou o garoto à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro para averiguações. Confirmado que ele não tinha antecedentes criminais, será levado novamente ao abrigo.

O garoto conta que mora há anos no abrigo, porém, não tem noção cronológica. “Não sei esse negócio de tempo não”, diz.

Ele conta que a vida no abrigo é boa e que vai para a escola. Lembranças do tempo em que vivia com a família são poucas e nem sempre felizes.

O garoto que nunca conheceu o pai morava com a mãe, a avó e outros quatro irmãos. Depois de ver a mãe ser levada pela Polícia, sem ao menos saber que crime ela havia cometido, ele ficou sob custódia da avó.

As crianças eram constantemente agredidas até o dia em que um dos irmãos dele foi amarrado e vizinhos acionaram a Polícia. “Ela (avó) sempre bebia”, revela o adolescente.

As cinco crianças foram morar em abrigos, duas delas, as mais novas, foram adotadas. Já o adolescente permanece internado.

O garoto espera que a mãe seja liberada da prisão para reconstruir a família. “Quero morar com ela”, finaliza.

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