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Capital

Sofrimento de família inclui até falta de dinheiro para funeral de bebê

Viviane Oliveira | 29/01/2016 13:30
Alessandra, mãe do bebê, sendo consolada por amigos e parentes durante velório do filho. (Foto: Marcos Ermínio)
Alessandra, mãe do bebê, sendo consolada por amigos e parentes durante velório do filho. (Foto: Marcos Ermínio)

Cerca de 30 pessoas, entre parentes, amigos e crianças, velam nesta manhã, no Centro comunitário da região do Bairro Danúbio Azul, o bebê de quatro meses, encontrado morto nesta quinta-feira (28), enquanto dormia com a mãe e mais quatro irmãos em cama de casal improvisada. A família já organiza um almoço beneficente para pagar o velório da criança, que ficou em R$ 1 mil. O dinheiro foi emprestado por um parente.

Ainda em estado de choque e sem condições de falar, Alessandra da Silva Souza, 34 anos, chora a morte trágica do filho mais novo. Ela é mãe de oito crianças, mas atualmente cuida de cinco, três delas moram com parentes. A diarista Benvinda da Silva Souza, conta que a irmã, Alessandra, luta contra o alcoolismo, está sem trabalhar, vive com uma renda de R$ 280 do Bolsa Família e recebe cesta básica de uma comunidade católica.

Alessandra mora em uma peça no fundo da casa da mãe. Lá, tem o berço que acomodava o bebê e mais duas camas, uma de solteiro e outra de casal. Porém, esta semana, Alessandra tinha ido passar uns dias na casa da prima, Jacqueline Ramos da Silva, 34 anos, que vive em uma edícula de três cômodos com mais três crianças. “Ela estava se sentindo sozinha e gostava da companhia da prima, por isso foi pra lá com os filhos”, conta a irmã.

O bebê Miqueias, dormia com a mãe e mais quatro irmãos em um colchão acomodado em um sofá cama, quando foi encontrado morto por Jaqueline. "Eu acordei a mãe e os irmãos, para que tentassem reanimar a criança. O irmão mais velho do bebê, de 15 anos, massageou as costas dele, na tentativa de reanimá-lo, e a mãe fez respiração boca a boca. Foi tudo muito triste", lamenta. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas a criança já estava morta. Benvinda afirma que na noite do acidente, Alessandra não havia bebido.

Corpo da criança sendo levado por agente de funerária. (Foto: Marcos Ermínio)
Corpo da criança sendo levado por agente de funerária. (Foto: Marcos Ermínio)

Tristeza - Benvinda conta que a família não tinha dinheiro para pagar o velório da criança e teve que emprestar o dinheiro de um familiar. O bebê começou a ser velado por volta da meia-noite e será enterrado às 15h de hoje no Cemitério Cruzeiro. O pai de Miquéias está preso e segundo a família nunca quis assumir o menino.

Para pagar os custos do velório, a família vai fazer um risoto de frango no dia 21 de fevereiro no Bar da dona Sandra, amiga da família. “A gente pede ajuda para comprar os ingredientes e também fazer um bingo. Os convites serão vendidos a R$ 10”, diz Benvinda. Quem quiser ajudar pode entrar em contato com Sandra pelo telefone 9269-7093.

Investigação -. Segundo o delegado responsável pela investigação, Claudio Zotto, os dados até agora apontam para asfixia, mas outras hipóteses precisam ser consideradas e apuradas. "A criança podia ter uma má formação congênita e teve morte natural, por exemplo, e isso a gente só vai saber quando o laudo ficar pronto”, diz. O caso foi registrado como morte a esclarecer e Alessandra pode responder por negligência.

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