Com formatura ameaçada, alunos de História cobram professores à UFMS
Depois de um ano de briga, suspensões, troca de ofensas e até exoneração revertida pela Justiça Federal, o curso de História da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) foi motivo hoje de manifestação de estudantes.
Com faixas e muitas palavras de ordens, os alunos saíram em passeata, com apitaço até a reitoria. Frases estampadas mostravam indignação: “A Federal é a vergonha do Brasil”, “Queremos qualidade no ensino superior”, “Queremos professores mestres e doutores”.
A maior reclamação é pela falta de professores. O curso, que deveria ter oito docentes efetivos, só tem 2 em sala de aula.
A pior situação é para quem acabou de entrar e os que estão prestes a sair. No 1º ano, só há aulas uma vez por semana e no 4º e último, a formatura prevista para o meio de 2011 ficará para dezembro, porque não há orientadores para os projetos de conclusão de curso.
Como “remendo” para a situação, a reitoria apelou para professores voluntários, mas nem todos aceitam essa alternativa.
Segundo os alunos, os voluntários são recém formados pela Universidade Católica Dom Bosco.
Na avaliação dos acadêmicos de História, o problema é geral dos cursos da área de Ciências Humana na UFMS.
Em fevereiro, reunião com representantes da reitoria terminou com a promessa de que em 30 dias o problema seria resolvido, mas em março outro prazo foi pedido, de mais um mês.
“Isso se arrasta desde o ano passado e até agora a universidade não resolveu, não se manifesta”, diz a estudante Ana Paula Dias, de 22 anos, do 2º ano do curso.
Recém chegado à instituição, o acadêmico João Pedro Ribeiro, de 20 anos, do 1º ano diz que agora só acredita em compromisso formalizado. “Queremos uma resposta oficial, documentada pela Universidade”.
Bagunça - No ano passado, dois professores pediram licença médica, remunerada. Os alunos dizem que investigaram e descobriram que ambos faziam trabalhos particulares, mesmo "doentes".
O descontentamento gerou até um dossiê, que foi encaminhado ao Ministério da Educação.
Existe uma briga de docentes mais antigos com a nova reitora da instituição que provocou o afastamento de dois professores por 90 dias. Eles também foram exonerados, mas a Justiça Federal mandou fazer a reintegração, o que ocorreu neste mês.
Com essa decisão, o curso passou a ter 4 professores efetivos.