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Cidades

Denúncia mostra como ocorre desvio de combustível da PM

Redação | 20/09/2008 10:58

A investigação do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, que levou à prisão, ontem, de três PMs de Amambai pelos crimes de peculato e prevaricação, revelou também a fragilidade na fiscalização do poder público e as facilidades de fraudar o sitema de uso de combustível do Estado.

O Campo Grande News apurou que esse tipo de crime é comum em diversos batalhões de Mato Grosso do Sul.  Policiais Militares, que não quiseram se identificar, contam como é feito o desvio.

O Estado tem um convênio com a rede Taurus de postos, por isso as viaturas só podem ser abastecidas nesses locais, que têm cadastradas as placas dos veículos e exigem a apresentação de um cartão e senha para efetuar o pagamento do combustível.

O desvio pode acontecer de duas maneiras, relata o policial. O esquema pode ser após abastecida a viatura, com a retirada de parte do combustível por meio de uma mangueira, para transferência para os carros particulares. Nesse caso, ele conta que alguns alteram o odômetro (equipamento que mede a quilometragem do veículo), para burlar a quilometragem.

No outro caso, o policial conta com a conivência do dono do posto ou frentista, e abastece direto no carro particular, usando o cartão e senha, como se fosse a viatura. Segundo apuração, além de combustível, filtro e óleo do motor também são desviados.

Cada batalhão tem uma cota de combustível que é controlada pelo comandante, que faz a prestação de contas ao Estado. O entrevistado afirma que não há como ocorrer a fraude sem o conhecimento do comandante, uma vez que ele é quem assina os papéis e confere a distribuição do combustível.

No caso de Amambai foram detidos o comandante do pelotão da PM, capitão Jidevaldo de Souza Lima, além do ex-comandante da PM de Coronel Sapucaia, 2º sargento, Gerônimo Tellecher,  e o gestor de abastecimento, soldado Adriano Marssaro. Todos são acusados de desvio de combustível na delegacia do município.

Eles serão transferidos para o presídio militar de Campo Grande e aguardar nas celas até que o processo seja julgado. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, equipes do Serviço de Inteligência continuam em Amambai  colhendo depoimentos e investigando o caso. Até o momento nenhum funcionário ou dono de posto foi indiciado.

Resposta - O chefe do Estado Maior da PM, coronel Carlos Alberto Davi dos Santos, rebateu as denúncias afirmando que não vai tolerar nenhum tipo de declaração desse tipo, que não seja apresentada oficialmente à corregedoria para investigação.

Ele garante não ter conhecimentos de outras denúncias sobre desvio de combustível, praticada por policiais militares de Mato Grosso do Sul.

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