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Cidades

Doutor em Antropologia, índio de MS participa hoje de conferência na ONU

Caroline Maldonado | 22/09/2014 10:40
Tonico comparou o atentado as torres gêmeas com assassinatos de indígenas em MS (Foto: Divulgação/Facebook)
Tonico comparou o atentado as torres gêmeas com assassinatos de indígenas em MS (Foto: Divulgação/Facebook)
Tonico encontrou autoridades brasileiras na sede da ONU (Foto: Divulgação/Facebook)
Tonico encontrou autoridades brasileiras na sede da ONU (Foto: Divulgação/Facebook)

Pela segunda vez neste ano, um índio de Mato Grosso do Sul representará as etnias na ONU (Organização das Nações Unidas). O Guarani-Kaiowá Tonico Benites participa hoje (22) da Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas em Nova Iorque). Nascido na aldeia Sassoró, no município de Tacuru, a 427 quilômetros de Campo Grande, Tonico é doutor em Antropologia e membro do conselho da Aty Guasu, assembleia dos Guarani e dos Kaiowa.

Além dele, participam do evento lideranças dos povos indígenas de mais 70 países. A conferência é aberta com a apresentação de relatório da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) sobre a situação dos povos indígenas na América Latina. O documento mostra dados demográficos sobre a população indígena latino-americana, informações sobre acesso à saúde, educação e outros indicadores de desenvolvimento.

Ontem (21), Tonico visitou a sede da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas, onde se encontrou com representantes brasileiros na organização. No mesmo dia, o Kaiowá aproveitou para visitar o memorial World Trade Center, onde as torres gêmeas foram atacadas em 2001.

Ao passar por lá, Tonico posou para foto e fez questão de registrar em seu Facebook uma comparação entre a luta por justiça dos indígenas brasileiros e de familiares de vítimas do atentado as torres. “Senti que os povos americanos exigem justiça com a construção do memorial. Ao mesmo tempo lembro-me de meus parentes indígenas Guarani e Kaiowá e outros povos que sofreram atentados similares, centenas de lideranças indígenas e comunidades sofreram atentado e foram assassinados, por isso nós líderes indígenas estamos pedindo a justiça”, afirmou.

Em maio deste ano, outra liderança indígena do Estado, Lindomar Terena, também esteve na sede da ONU, representando a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Ao falar sobre o conflito entre índios e fazendeiros, o terena destacou a morte de 20 lideranças indígenas nos últimos dez anos, além de 690 suicídios decorrentes do confinamento das famílias em pequenas áreas. Lindomar lembrou ainda as constantes tentativas de mudança na Constituição Federal, por parte de ruralistas do Estado, para extinguir os direitos indígenas já estabelecidos. O terena é nascido na aldeia Buriti, em Dois Irmãos do Buriti, a 83 quilômetros de Campo Grande.

Assembleia - Simultaneamente à Conferência Mundial Indígena, a ONU promove hoje (22) uma sessão sobre População e Desenvolvimento. Na quarta-feira (24), começa a 69ª Assembleia Geral da ONU e, conforme a tradição mantida desde a primeira conferência em 1947, o Brasil abrirá o debate geral. Segundo a Agência Brasil, a presidente Dilma Rousseff viajará esta semana para Nova Iorque.

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