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Cidades

Em nova eleição, Célia Maria lidera lista tríplice para reitor da UFMS

Aline dos Santos e Paula Maciulevicius | 27/06/2012 17:44

Diferença entre candidato que disputou eleição e biônico foi de apenas um voto

Colégio Eleitoral fez eleição para definir ordem dos nomes a reitor. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Colégio Eleitoral fez eleição para definir ordem dos nomes a reitor. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A lista tríplice para reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) será encabeçada pela atual reitora Célia Maria Silva Côrrea Oliveira. Com diferença de apenas um voto, Antônio Carlos do Nascimento Osório vem em segundo, com Ângela Antônia Sanches Tardino Delben em terceiro.

A ordem dos nomes no documento que será enviado ao MEC (Ministério da Educação), que define o reitor, foi definida nesta quarta-feira pelo Colégio Eleitoral.

Célia e Osório registraram chapa e passaram pela consulta à comunidade. Já a professora Ângela Delben foi indicada pelo colegiado, sob justificativa de que a lista deve conter três nomes.

Na eleição de 19 de junho, com 6.662 votantes, Célia Maria ficou em primeiro e Osório em segundo. Hoje, o Colégio Eleitoral iria homologar o resultado e indicar o candidato biônico (que não foi eleito por voto). Contudo, numa reviravolta, todos os nomes foram submetidos a uma nova eleição. Neste processo, votaram 100 dos 127 conselheiros aptos a participar.

Na segunda eleição, Célia Maria teve 70 votos, Osório obteve 15 votos e Ângela, 14 votos. O placar para vice-reitor foi de 72 votos para João Ricardo Filgueiras Tognini, 14 votos para Teodorico Alves e 13 votos para Lincoln Carlos Silva de Oliveira, cujo nome também foi indicado pelo Colégio Eleitoral. Cada consulta teve um voto em branco.

“Houve uma certa tensão, mas, felizmente, reproduziu a ordem da consulta. Temos até setembro para mandar a lista a Brasília, mas vamos enviar o mais rápido possível. O MEC tem até outubro para indicar os nomes de reitor e vice-reitor”, afirma o presidente do Colégio Eleitoral, Paulo Ricardo da Silva Rosa.

Amanhã, o Conselho Universitário vai formalizar o documento que será enviado ao ministério. No mesmo horário, a partir das 9h, os estudantes farão protesto em frente à reitoria. Os universitários cobram que o voto deles e dos técnicos tenha o mesmo peso do dos professores.

No atual processo, o voto do corpo docente vale 70%, enquanto dos alunos e técnicos tem peso de 15% cada. “O resultado de hoje não foi surpresa nenhuma, já era esperado. Estamos amordaçados. Infelizmente, o colégio é manipulado”, enfatiza Marina Duarte, do DCE (Diretório Central dos Estudantes).

Durante a manhã, um grupo de alunos acompanhou a reunião com mordaça na boca. Por três minutos, uma acadêmica que faz parte do colegiado, e, portanto, tinha direito à palavra ficou calada diante dos conselheiros. O silêncio da iniciativa foi acompanhado pela palma dos demais estudantes. O Colégio Eleitoral tem vagas somente para três estudantes.

A professora de Letras, Rosana Zanelatto, avalia que hoje não é o momento para a discussão sobre a paridade do voto. “Essa discussão do voto paritário não tem que ser dessa forma, mas em nível federal. É tudo nessa época, depois passa quatro anos sem falar disso”, afirma.

A segunda votação foi defendida pelo professor de Farmácia, Adriano Baroni. “O colégio tem que votar”, salienta.

"Felizmente, repetiu a ordem da consulta", afirma Paulo Rosa. (Foto: Rodrigo Pazinato)
"Felizmente, repetiu a ordem da consulta", afirma Paulo Rosa. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Reviravolta - Um documento recebido às 9h30 de hoje pelo presidente do Colégio Eleitoral e assinado por 45 conselheiros pedia a rediscussão da resolução 6. A legislação foi aprovada no último dia 14 e previa votação apenas para indicar o terceiro nome.

O pedido derivou de uma recomendação do procurador-geral/UFMS, Valdemir Vicente Vieira. O documento enfatiza que a “consulta prévia à comunidade universitária não vincula juridicamente o colegiado competente para a elaboração da lista tríplice, podendo, portanto, inclusive, desconsiderá-la”.

Com 68 votos a favor e 32 contra, os conselheiros decidiram mudar a resolução. Porém, como não havia proposta imediata para substituir a norma derrubada, a reunião foi suspensa para a elaboração do texto substitutivo. O processo teve continuidade no período da tarde.

Cada conselheiro foi chamado, assinou uma lista e, então, registrou o voto em cédula. A tendência é que o governo federal nomeie o primeiro nome da lista, mas no meio do caminho, o processo também está sujeito a influências políticas. Ao ministério, são remetidos a ata da reunião e as tabelas com os votos da consulta à comunidade.

Na consulta à comunidade, realizada em 19 de junho, estavam aptos a votar 21.784 pessoas, porém apenas 6.662 compareceram às urnas. Conforme dados da apuração, Célia obteve 43,62% dos votos, enquanto que Osório teve 29,35%. Do total de votos, 67 foram brancos e 137 nulos.

No geral, Osório recebeu mais votos do que Célia, 3.806 contra 2.622. O presidente do Colégio Eleitoral afirma que não há estimativa do custo da consulta à comunidade, que na prática, não tem tamanha importância, pois os nomes ainda passam pelo crivo dos conselheiros. Contudo, somente com os votos pelos Correios, foram gastos R$ 8.500.

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