ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 28º

Empregos

Marco regulatório pode reduzir número de cursos de especialização

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil | 01/08/2014 23:30

Novo marco regulatório pode "reduzir drasticamente" o número de cursos de especialização no país, segundo o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, uma associação civil formada por cinco entidades que representam a educação privada. Caso aprovada, a nova regulamentação vai tornar mais difícil para as instituições particulares abrirem esses cursos. Não há um levantamento oficial, no entanto, o fórum diz que a maior parte dos cursos atuais é oferecida por essas instituições.

"O setor privado não foi ouvido a respeito dessas propostas e será o mais impactado. A gente entende que se deve acompanhar esses cursos e avaliá-los segundo as normas vigentes e não criar novas", diz o consultor jurídico do fórum, José Roberto Covac. "[A nova regra] vai estabelecer critérios que não existiam e vai reduzir sensivelmente e drasticamente a oferta de lato sensu [programas de pós-graduação que incluem os cursos de especialização e os designados como Master Business Administration-MBA. Esse tipo de curso tem duração mínima de 360 horas/aula. Ao final do curso o aluno recebe um certificado e não um diploma] ", acrescenta.

O novo marco regulatório está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE) e será debatido em audiência pública na segunda-feira (4). Pelo texto, as instituições privadas que oferecem graduação deverão ter conceito 4 ou superior nas avaliações de curso do Ministério da Educação (os conceitos vão de 1 a 5), para que se possa abrir um curso de pós-graduação. Os cursos deverão ser oferecidos na mesma área dos cursos de graduação. Atualmente, o conceito exigido é 3 e não é necessário ser na mesma área.

"Se acontecer das instituições terem que cumprir essa regra, grande parte dos cursos de lato sensu será fechada. E cursos que têm qualidade, como alguns oferecidos pelo Insper [Instituto de Ensino e Pesquisa] ou FGV [Fundação Getulio Vargas], que não têm cursos de graduação em todas as áreas que oferecem pós", diz Covac.

Outra crítica à proposta é a exigência de que os professores que lecionam na pós tenham vínculo efetivo com a escola. De acordo com Covac, atualmente, muitos professores não têm esse vínculo trabalhista. As restrições impediriam que cursos lato sensu fossem levados para regiões de menor oferta, como Norte e Nordeste, pela dificuldade em cumprir as exigências.

O ensino privado corresponde, segundo o Censo da Educação Superior, a 73% das matrículas em ensino superior. Em relação ao Conceito Preliminar de Curso, 21,5% dos cursos oferecidos pelas instituições privadas têm conceito 4 ou superior. A justificativa do CNE é que as normas atuais abrem espaço para uma "oferta descontrolada" de cursos de especialização e isso impacta na qualidade do que é ofertado.

Nos siga no Google Notícias