Exame de olho em recém-nascido pode virar obrigação
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou o projeto de lei que torna obrigatório o exame de fundo de olho em recém-nascidos que pode detectar doenças como o retinoblastoma (um agressivo e raro câncer ocular infantil), catarata congênita, glaucoma congênito, infecção do olho e alterações de retina.
"Não é um exame de alta complexidade, mas é muito útil", afirmou à Agência Brasil o professor adjunto do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Paulo Augusto de Arruda Melo.
Hoje, o exame é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria para bebês que nascem com menos de 1.500 gramas ou menos de 32 semanas.
Pela proposta, toda a rede pública de saúde será obrigada a oferecer gratuitamente o exame. Se for detectada alguma doença, a criança deverá ser encaminhada para tratamento.
Estima-se que no Brasil a cegueira infantil atinja cinco ou seis crianças a cada 10 mil. Em todo o mundo, 500 mil crianças ficam cegas todos os anos e 70% a 80% delas morrem durante os primeiros anos de vida em decorrência de doenças associadas ao comprometimento visual.