Fome faz a 1ª vítima em aldeia
O guarani-caiuá Miguel Martins Aquino, de um ano e nove meses, morreu na madrugada desta quinta-feira, dia 7, após 12 meses de internação em hospitais de Dourados. A criança não resistiu ao baixo peso e a uma série de infecções e morreu após 18 dias internado no HU (Hospital Universitário) de Dourados, município distante 221 quilômetros de Campo Grande.
Segundo o médico que atendia o menino, Zelic Trabjer, a criança chegou ao HU com um quadro de estomatite, otite e pneumonia. O problema foi agravado pelo quadro de Miguel, que apresentava risco nutricional.
Trabjer acompanhou a internação de Miguel no Centrinho, um hospital que trata somente de crianças indígenas com desnutrição. O menino chegou ao local em janeiro do ano passado com 7 meses e 4 quilos. Após 11 meses de internação chegou pesar 7 quilos, mas o risco nutricional o impediu de crescer e a criança, com 68 centímetros, tinha o tamanho de um bebê de 7 meses.
De acordo com o médico, a mãe de Miguel foi ao Centrinho e pediu para retirá-lo de lá. O objetivo era deixar que a comunidade da aldeia Bororó, onde moravam, fizesse orações pelo menino. A mãe teve êxito e, mas em 24 horas fora do hospital o peso do menino caiu 200 gramas.