Gaeco flagra escravidão e carvão irregular na Tamandaré
Aparentemente despercebido, um galpão na Avenida Tamandaré, em Campo Grande, vinha sendo utilizado para serviços de embalagem de carvão irregular, com a utilização de madeira de desmatamento e reflorestamento (eucalipto) de maneira indiscriminada. Como se não bastasse, cinco trabalhadores exerciam suas funções sob regime de escravidão.
O local foi flagrado ontem pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), pela PMA/MS (Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul) e o MPT (Ministério Público do Trabalho). O cenário conferido era de sacos de carvão empilhados, material próprio para embalagem, além de uma máquina onde se misturava o carvão comum ao feito com árvores nativas.
Sem máscaras de proteção contra a poeira do carvão ou calçados adequados para circular no local, os cinco funcionários estavam ensacando o produto na hora do flagrante. Eles disseram que recebiam o irrisório valor de R$ 560 pelos trabalhos executados, utilizado apenas para a compra de alimentos e produtos para suas residências.
Explorados, os trabalhadores informaram que só podiam comprar mercadorias na "venda" do próprio dono do local, que por sinal não fazia questão de manter o galpão pelo menos em condições mínimas de higiene.
Agora o MPE (Ministério Público Estadual), em parceria com o MPT, irá averiguar as condições de semi-escravidão a que os funcionários estavam sendo submetidos. A parceria com a PMA investiga a utilização da madeira desmatada, que era misturada ao carvão no instante em que era embalada.