ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 23º

Cidades

Golpe começou há 10 anos com avô de preso em operação da PF

Foram presos temporariamente Celso Éder Gonzaga de Araújo, Anderson Flores de Araújo e Sidney Anjos Peró

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 21/11/2017 12:26
Policiais na empresa Company Consultoria Empresarial, na Rua Doutor Arthur Jorge, no Centro (Foto: Liniker Ribeiro)
Policiais na empresa Company Consultoria Empresarial, na Rua Doutor Arthur Jorge, no Centro (Foto: Liniker Ribeiro)

O golpe da quadrilha presa na operação Ouro de Ofir, desencadeada nesta manhã (21), começou há 10 anos com Celso Araújo - avô de Celso Éder Gonzaga de Araújo, um dos alvos da ação e dono da empresa Company Consultoria Empresarial. O avô, que faleceu no mês passado aos 69 anos, se apresentava como herdeiro de valores trilionários. Os nomes das supostas operações financeiras eram Sap e Aumetal.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti, os participantes eram divididos em quatro categorias: os cabeças da instituição financeira clandestina, os escriturários (autorizados a fazer contratos com terceiros), os corretores (que criavam grupos de propaganda no WhatsApp) e os participantes induzidos pelas propostas exorbitantes. O contrato minimo de participação era de R$ 1 mil com a promessa de rendimento na ordem de R$ 1 milhão.

No total, 18 dos 19 mandados foram cumpridos, sendo 11 de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e quatro de condução coercitiva em Campo Grande, Terenos, Goiânia (GO) e Brasília (DF). Além de Celso, foram presos temporariamente Anderson Flores de Araújo e Sidney Anjos Peró. Um está foragido. Eles, segundo a polícia, são operadores do esquema.

O valor a ser pago a todos os envolvidos no contrato chegaria a R$ 3 trilhões de reais. Os integrantes da organização criminosa se passavam por pessoas de prestigio como, por exemplo de juiz arbitral, para demonstrar seriedade. “Eles são golpistas e as pessoas devem ficar atentas para não serem ludibriadas por esses criminosos”, alerta o delegado Guilherme Farias.

Da direita para a esquerda,  Henry Tamashiro  (Receita Federal), Cléo Mazzotti, (delegado da Polícia Federal) e Guilherme Farias (delegado da PF) (Foto: André Bittar)
Da direita para a esquerda, Henry Tamashiro (Receita Federal), Cléo Mazzotti, (delegado da Polícia Federal) e Guilherme Farias (delegado da PF) (Foto: André Bittar)

A rede de golpistas teria feito ao menos 25 mil vítimas em todos os Estados brasileiros. Conforme o delegado Mazzotti, o grupo dizia que havia uma mina de ouro explorada na época do império e os valores referentes pertencia a uma família de Campo Grande, que criou uma comissão.

“Eles diziam que o processo começou há 60 anos para recuperar a comissão. Só que o acordo que foi feito em uma corte internacional era de que 60% iria para a família e 40% para terceiros, que ajudariam com os custos de recuperação desses valores”, explica o delegado Mazzotti. Era assim que funcionava um dos esquemas.

A operação prendeu mais de R$ 1 milhão em dinheiro, 200 quilos em supostas pedras preciosas, armas e carros de luxo. O nome da operação Ouro de Ofir faz alusão a uma cidade mitológica, que produzia outro de qualidade e beleza. Detalhe é que a cidade nunca foi localizada e muito menos o metal precioso.

Nos siga no Google Notícias