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Cidades

Governo cria fiscais e fecha “ralos” para economizar do ofício ao avião

“O mantra é economia, economia e economia”, afirma secretário

Aline dos Santos | 13/04/2016 12:10
Conforme Carlos Alberto, preocupação foi com o dinheiro que, literalmente, ia pelo ralo. (Foto: Fernando Antunes)
Conforme Carlos Alberto, preocupação foi com o dinheiro que, literalmente, ia pelo ralo. (Foto: Fernando Antunes)

Economizar. O verbo que marca a fala do titular da SAD (Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização), Carlos Alberto Assis, repetido cinco vezes nos três primeiros minutos de entrevista, se espalha pelo governo. O comparativo entre 2014 e 2015 mostra que a economia  foi do fim de ofício de papel a milhões.

Houve redução de R$ 857 milhões em compras, R$ 550 mil em passagens rodoviárias, R$ 3 milhões em diárias e redução de 8.100 passagens. “O mantra é economia, economia e economia”, afirma o secretário.

O servidor que vai de avião teve que se acostumar a uma nova rotina: sem assento especial, sem escolha de companhia aérea e solicitação da passagem com, no mínimo, dez dias de antecedência. Sobre a milionária redução no gasto com diárias, o secretário evita o termo irregularidade. “Tinha gordura para gastar. A diária tem número limitado por mês. Fora disso, só quando há excepcionalidade e dois secretários têm que aprovar”, explica.

Conforme Carlos Alberto, ao assumir a pasta em 2015, a maior preocupação foi com o dinheiro que, literalmente, ia pelo ralo. "Nós entramos sabendo que teríamos grandes dificuldades e teve determinação do governador Reinaldo Azambuja para que a gente entrasse economizando em todos os sentidos. Aqui na nossa secretaria começamos a verificar onde havia gastos que chamava a atenção. No custeio, nos deparamos com a Agepen gastando R$ 2 milhões por mês de água.É muito dinheiro”, diz.

Atualmente, o valor caiu pela metade. A solução veio de parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a Águas Guariroba. “Criamos um programa para conscientizar os presos e obtivemos um grande resultado. Conseguimos economizar R$ 900 mil por mês”, afirma o titular da SAD. O presídio que fez maior economia ganhou brindes como cesta básica e bicicletas.

"Cada um começou a ter ideias de onde economizar", diz secretário sobre rede contra desperdício. (Foto: Fernando Antunes)
"Cada um começou a ter ideias de onde economizar", diz secretário sobre rede contra desperdício. (Foto: Fernando Antunes)

No colégio Joaquim Murtinho, em Campo Grande, o vazamento num cano fazia a conta de água chegar a R$ 40 mil. Neste caso, um servidor decidiu pagar o conserto de R$ 100 e o consumo teve redução de 50%.

“Para o governo atuar tem que se fazer uma tomada de preço, isso leva tempo. Um servidor custeou o conserto. O governo está criando uma conscientização de que o dinheiro que sai pelo ralo é o dinheiro que podemos economizar para dar reajuste, pagar o salário em dia e melhoria nas condições de trabalho”, afirma o secretário. Neste caso em especifico, o servidor não quis ser ressarcido. A redução no consumo de água foi de 84 mil metros cúbicos entre 2014 e 2015.

A rede – Com o nome de Governo Consciente, a administração estadual criou uma rede de fiscais em todos os órgãos públicos. Eles atuam para evitar desperdício de água e luz, por exemplo, e também têm reuniões para discutir novas formas de redução de gastos.

“Existe uma rede de pessoas dentro do governo que cuida do desperdício dentro de sua unidade. Cada um começou a ter ideias de onde economizar. Tudo é muito dentro do governo. São 50 mil servidores na ativa. Se cada um desperdiçar um clipe nesse minuto, serão 50 mil clipes”, afirma o secretário.

No caso da energia elétrica, não houve redução do consumo e a rede avalia a troca de lâmpadas normais pelas de led.

Transporte – No vale-transporte, o gasto caiu de R$ 3 milhões em 2014 para 1,7 milhão no ano passado. Segundo Carlos Alberto, havia servidor que precisava de dois passes de ônibus por dia, mas pegava oito. Do valor do passe, 6% é pago pelo funcionário público e 94% pela administração estadual.

Também houve negociação de preço mais vantajoso com a empresa OI, que fornece o serviço de telefonia fixa. “Além de não aceitamos o reajuste de 10.26% neste ano, o custo do  impulso que era 48 centavos caiu para 24 centavos”, afirma. A telefonia fixa representou gasto de R$ 28,2 milhões em 2015.

No quesito combustível, a economia foi de R$ 603 mil reais entre 2014 e o ano passado. O governo avalia fazer uma nova licitação de fornecedor, pois o contrato com o Consórcio Taurus Card vigora desde 2011. “Nós estamos estudando como fazer a próxima licitação”, afirma.

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