Hospital Regional tem respiradores parados em salas
Enquanto a Santa Casa de Campo Grande anuncia que pacientes graves podem ser mantidos em ambulâncias por falta de leitos serem internados, no Hospital Regional, há respiradores eletrônicos sem utilização. O Campo Grande News teve acesso a fotografias de salas em dois setores do HR em que aparecem aparelhos sem utilização.
Nas fotografias, é possível identificar pelo menos 9 aparelhos respiradores sem utilização. Mas a informação obtida é de que são 15 só nestas duas salas. Ainda conforme foi apurado, no hospital todo há 70 aparelhos e uma parte deles nunca é utilizada.
Informada a respeito, a presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem), Helena Delgado, disse que a entidade desconhece o fato, mas que são exatamente estes aparelhos que poderiam amenizar a situação na Santa Casa.
O Sindicato tem feito denúncias frequentes de que pacientes necessitados de leitos de terapia intensiva são mantidos em leitos improvisados, e que funcionários os mantém vivos em respiradores mecânicos.
No dia 21 deste mês, a Santa Casa avisou toda a rede pública para que não sejam encaminhados pacientes do interior, alertando que, caso a recomendação não seja obedecida, doentes graves podem ficar nas ambulâncias.
Explicação - O diretor-técnico do HR, Alexandre Frizzo, disse ao Campo Grande News que os respiradores que o hospital tem parados são da chamada "reserva técnica". Segundo ele, por lei o hospital é obrigado a manter 20% de respiradores a mais do que o número de leitos, para a eventualidade de problemas com os que estão em utilização.
Ele disse que não saberia informar de momento quantos são os equipamentos do Hospital. O HR tem 11 leitos de UTI adultos, que hoje estão todos lotados, conforme Frizzo.
De acordo com ele, o Hospital já doou, para o Hospital Universitário e para a Santa Casa, 9 respiradores, que não eram adequados às instalações físicas do HR. O diretor disse ainda que o simples remanejamento das máquinas para outras unidades não resolve o problema.
Ele diz que é preciso ter espaço físico e ponto de oxigênio com pressão
compatível, por exemplo. "A Santa Casa não tem local para colocar mais pacientes. Só o respirador não resolveria", afirmou, em relação à maior unidade de saúde de Mato Grosso do Sul e que, por oferecer atendimento de alta complexidade, costuma ser a mais problemática.