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Cidades

Índios acampam em usina, depois de um ano sem receber

Redação | 16/12/2009 09:11

Com os rostos pintados, cerca de 40 índios de Mundo Novo estão acampados em frente a sede da usina Santa Olinda, no distrito de Quebra Coco, em Sidrolândia.

"São dezenas de índios em pé-de-guerra", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação do Açúcar e Álcool de Rio Brilhante e Região, Oviedo dos Santos. Apesar da entidade não representar os índios, ele diz que o Sindicato acaba sendo referência quando as reclamações envolvem a Santa Olinda.

A usina é da CBAA (Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool e a Agrissul), que tem recebido recursos para investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), mas constantemente é denunciada por trabalhadores por desrespeito às leis.

Entre os funcionários da usina, a presença dos índios não gera qualquer temor. "Já estamos acostumados, sempre tem um reclamando porque não recebeu", diz uma das trabalhadoras, por telefone, que pediu para não ser identificada.

O grupo foi demitido há um ano, e nunca teve os direitos trabalhistas pagos, relata o sindicato.

Na manhã de hoje, eles chegaram em três ônibus e dizem que só sairão do local quando conseguirem os valores que foram buscar. "Não temos nada a perder, isso é um desrespeito", diz Sebastião Gonçalves, que até 2008 trabalhou no corte de cana para a Santa Olinda.

Além da situação dos índios, o sindicato também informa que a empresa não paga desde o início do ano, férias que já gozaram do benefício, mas sem os recursos referentes a esse direito.

Outro problema é o atraso freqüente de salários. Até agora o mês de novembro ainda não foi depositado, garante o Sindicato.

"A Santa Olinda, do empresário José Pessoa, já habitou-se a dar o calote nos empregados. Há quase dois anos ela vem promovendo constantes atrasos no pagamento de salários sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelas autoridades, inclusive o Ministério Público do Trabalho

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