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Interior

Após 4 meses com braço quebrado, garoto consegue encaixe em consulta

Caroline Maldonado | 29/03/2016 12:20
Criança da etnia Kadiwéu já passou quatro meses com braço quebrado (Foto: Direto das Ruas)
Criança da etnia Kadiwéu já passou quatro meses com braço quebrado (Foto: Direto das Ruas)

Foi atendido ontem (28) no CEM (Centro de Especialidades Médicas) de Aquidauana, o índio Kadiwéu de 12 anos, que quebrou o braço no dia 16 de novembro de 2015, foi medicado na aldeia, mas não foi atendido no hospital de Aquidauana, porque dependia do transporte de um departamento especial de saúde indígena para percorrer os 130 quilômetros. O menino é da Aldeia Alves de Barros, em Bodoquena. A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) havia informado que a consulta estava agendada, porém o CEM garantiu que o atendimento ocorreu por encaixe.

Em fevereiro, o Campo Grande News entrou em contato com o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) da Sesai para saber porque o menino permanecia na aldeia com o braço quebrado e ossos já em processo de calcificação. Na ocasião, o garoto estava com a fratura havia três meses. Agora, faz mais de quatro meses que ocorreu a queda. 

A princípio, o Dsei justificou que houve desencontro entre a família do menino e a equipe de transporte, mas o órgão tomaria providências. O indígena seria levado à Santa Casa no dia 4 de março, mas novamente o atendimento não ocorreu.

O Dsei informou que os técnicos não sabiam que o setor de Ortopedia da Santa Casa recebe apenas pacientes de urgência e emergência, por isso o menino foi levado ao local em vão. A Santa Casa o atenderia apenas se a fratura fosse recente, segundo a Sesai. Diante disso, no dia 7 de março, a responsável técnica pela Saúde da Criança do Dsei, Rose Mariano, encaminhou nota à redação informando que foi agendada, via sistema online, uma consulta com ortopedista para o menino no CEM de Aquidauana para o dia 28 de março, ou seja, em 20 dias.

Conforme previsto, o atendimento ocorreu ontem (28), mas não foi agendado, segundo a coordenação do CEM. O menino chegou antes das 7h e só foi atendido pelo especialista por meio de um encaixe, pois dois pacientes agendados faltaram, de acordo com a coordenadora do CEM, Vilma Mendes.

“Por sorte ele conseguiu encaixe, pois não estava marcada consulta pelo Sisreg (Sistema Nacional de Regulação), como deve ser feito. Se me falassem antes desse caso, mesmo sem vaga, eu encaixaria o paciente, tanto que ele veio aqui e conseguiu o encaixe”, explicou a coordenadora. Ela não informou qual o encaminhamento dado ao paciente, pois não está autorizada.

O Campo Grande News entrou em contato com o setor de Saúde da Criança do Dsei e aguarda retorno sobre o diagnóstico do médico especialista, além de esclarecimento quanto a divergência de informações com relação ao agendamento da consulta.

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